A presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, expressou críticas à indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante um evento no Rio Grande do Norte no sábado (2/12), a ex-primeira-dama destacou sua objeção à nomeação, enfatizando que, na sua visão, não pode existir um cristão comunista.
A crítica de Michelle Bolsonaro baseou-se em uma publicação na qual o ministro da Justiça aparece segurando uma bíblia. Durante o evento, ela convocou a sociedade a se posicionar contra a indicação de Dino ao STF, argumentando que, se ele é comunista, isso representa uma contradição aos valores e princípios cristãos.
A ex-primeira-dama afirmou que não é possível aceitar pessoas com essas características no poder e questionou as possíveis consequências caso Flávio Dino assuma uma posição no STF.
"Nós precisamos nos posicionar, a igreja precisa se posicionar, o povo de bem precisa se posicionar. Ontem, me posta uma foto com a palavra de Deus, posta uma foto com a bíblia. Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos. Não existe comunista cristão, é de contramão com a palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo de gente no poder. Já imaginou se esse homem chegar ao STF o que ele não vai fazer com a gente?", classificou.
A sabatina de Flávio Dino pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está agendada para o dia 13 de dezembro. O presidente Lula indicou o ministro da Justiça para ocupar a vaga no STF decorrente da aposentadoria da ministra Rosa Weber. No mesmo dia, também será sabatinado o subprocurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, indicado por Lula para o cargo de procurador-geral da República (PGR).
A matéria também esclarece o processo de indicação de um ministro ao STF. O presidente da República indica o candidato, que passa por uma sabatina na CCJ do Senado, composta por 27 parlamentares. Posteriormente, precisa ser aprovado no plenário do Senado, com o apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores. O candidato deve ter entre 35 e 70 anos, possuir notório saber jurídico e reputação ilibada, conforme estabelece o artigo 101 da Constituição Federal. O cargo de ministro é vitalício, sujeito apenas a renúncia, aposentadoria compulsória ou impeachment.