“Nem cachorro merece ser tratado daquele jeito”. Este foi o relato de Jefferson Maia, um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos, neste sábado (25). Ele confessou as agressões, ameaças e o tratamento degradante que todos sofreram por parte dos agentes de imigração americanos responsáveis pelo voo de volta ao Brasil. Ele desembarcou em Minas Gerais.
O QUE SE SABE?
Segundo Jefferson, ele foi agredido pelos agentes já em Manaus, quando os americanos pretendiam fazer o avião decolar mesmo apresentando falha no motor. Nesse momento, os migrantes pediram para sair da aeronave. Eles só conseguiram alertar as autoridades brasileiras depois de abrirem uma das portas de emergência do avião e gritaram por socorro do alto da asa.
“A gente disse pra eles: nós não vamos mais viajar nesse avião, chama a nossa polícia, tira a gente daqui”, afirma Denilson José de Oliveira.. "Senti muito medo. Parecia que estávamos tentando nos matar."
COMO O GOVERNO BRASILEIRO AGIU?
O governo Lula determinou a retirada das algemas dos brasileiros assim que foi informada da situação pela Polícia Federal. Além disso, o Planalto também invejou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para fazer o transporte dos migrantes até Belo Horizonte, e o Itamaraty afirmou que pedirá explicações ao governo Donald Trump sobre “o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo”.
CONFIRA RELATOS:
"Bateram em nós, falaram que iam derrubar o avião, que nosso governo não era de nada. A gente que se rebelou, iam nos matar. Eles falaram que se eles quisessem eles fechariam a porta da aeronave e matariam nós todos”, desabafou Carlos Vinicius de Jesus, 29 anos.
"Quando parou no Panamá, o avião não queria funcionar. A gente ficou horas sem ar condicionado e algemado. Até para ir no banheiro, para beber água, aquilo era difícil", disse Marcos Vinicius Santiago de Oliveira.
"Eu não fui agredido, mas os meninos foram. Eles estavam algemados, meteram o porrete neles sem dó. Desumano. Chutes, jogando os moleques no chão. Em um deles, um cara deu um mata-leão", disse Luiz Fernando Caetano Costa.
“Até cachorro aqui no Brasil vem melhor do que a gente vem lá”, disse Lucas Gabriel Maia. "Era pão, água e cereal."