Ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid enviou correspondências por e-mail contendo questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas ao coronel Wagner Oliveira da Silva. Este último foi nomeado como o segundo membro mais importante na comissão do Ministério da Defesa, que estava encarregada de supervisionar a apuração dos votos nas eleições de 2022.
Os conteúdos dos e-mails dos ex-assistentes de ordens do Presidente Bolsonaro foram direcionados à CPI dos Atos Golpistas e posteriormente obtidos pelo Metrópoles. No dia 21 de julho de 2022, durante campanha eleitoral, o tenente-coronel Mauro Cid utilizou sua conta de e-mail oficial da Presidência para encaminhar uma apresentação em formato de PowerPoint ao e-mail pessoal do coronel Wagner Oliveira.
A apresentação, com o cabeçalho do Ministério da Defesa em todas as páginas, contém tópicos a serem abordados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intitulados "Propostas das Forças Armadas Consideradas Essenciais para o Pleito Eleitoral de 2022". O documento, composto por quatro páginas, lista três pontos com propostas que alegadamente visam aprimorar a segurança e transparência das urnas eletrônicas utilizadas no processo eleitoral.
Nas mensagens do PowerPoint do coronel Cid para Wagner continham como proposta "Tornar efetivas a fiscalização e a auditoria pelas entidades fiscalizadoras em todas as fases do processo". A mensagem traz ainda a finalidade da proposta que é "aumentar a transparência, pois é uma boa prática de auditoria que ' quem faz não deve ser quem audita".
Ajudante de ordem de Bolsonaro enviou e-mail sobre proposta das Forças Armadas para as eleições, conforme reprodução, o coronel Cid enviou documento com a proposta de "Realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições da votação, inclusive com a utilização da biometria do próprio eleitor da urna em teste". No powerPoint, a finalidade dessa proposta era "Reduzir a possibilidade de um código malicioso furtar-se ao teste".
O coronel Wagner Oliveira não era um simples intermediário. Na ocasião em que recebeu a correspondência por e-mail era o número dois da comissão da Defesa, composta por 10 militares, que acompanhava o trabalho do TSE.