Depois de ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) comunicou que pediu licença de 115 dias do cargo de senador e para ocupar o seu lugar na CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, ele colocou o senador Marcos Rogério (PL-RO), que é também bolsonarista e foi candidato derrotado ao governo de Rondônia e voltou ao Senado Federal na semana passado após seis meses de licença.
Sobre a indicação do senador Marcos Rogério para CPI mista dos atos de 8 de janeiro, Do Val disse que ele é de sua confiança e vai continuar o seu trabalho e ressaltou que o seu colega é reconhecido por defender ideais conservadores e já atuou da CPI da Covid em 2021, sendo um dos principais defensores do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para o licenciamento, o senador alegou motivos médicos. Ele passou mal na última terça-feira, 20, e foi aconselhado a se afastar para cuidar da saúde. Para impedir que sua saída do Senado Federal seja ocupada pelo seu suplente, Marcos do Val pediu afastamento por 115 dias, já que se tivesse se licenciado por um período maior que 120 dias, o suplente teria que ter sido convocado.
A equipe de assessoria de imprensa de Marcos do Val informou que o período de licença ainda será definido após a avaliação médica. Na mensagem, o senador afirmou que buscará restabelecer sua saúde o mais rápido possível para retornar às suas atividades parlamentares com renovado ânimo e combatividade.
Do Val já estava enfrentando pressão para deixar a CPI dos atos golpistas desde a operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. As buscas foram realizadas em endereços do senador em Brasília e Vitória, além de seu gabinete no Senado Federal. Do Val também teve suas redes sociais bloqueadas por ordem de Moraes.
A investigação contra o senador foi iniciada após ele fazer uma transmissão ao vivo na internet, na qual afirmou que a revista Veja publicaria uma reportagem mostrando que o presidente Bolsonaro tentou coagi-lo a "dar um golpe de Estado junto com ele" e gravar o ministro do STF.