Lula fala sobre delação de Cid e vê Bolsonaro 'profundamente envolvido'

Lula optou por não fazer comentários sobre os pormenores do acordo de delação premiada de Cid.

Lula durante coletiva de imprensa em Nova Délhi, na Índia | Canal Gov/Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente serviu como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL). Lula expressou sua crença de que Bolsonaro enfrenta sérias implicações.

"Eu acredito que ele está profundamente envolvido. À medida que os dias passam, mais informações vêm à tona, e a cada dia temos mais certeza de que havia uma ameaça de golpe em gestação e que o ex-presidente estava totalmente comprometido com isso", afirmou durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, dia 11.

Lula optou por não fazer comentários sobre os pormenores do acordo de delação premiada de Cid, que foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no sábado, dia 9.

O presidente ressaltou que não pode especular sobre algo que não tem conhecimento direto: "Não tenho informações sobre o conteúdo. Somente o delegado que conduziu o interrogatório e o próprio coronel que depôs estão cientes disso. O restante é mera especulação".

Por fim, Lula também mencionou que Bolsonaro demonstrou preocupação em "vender as joias da coroa" e enfatizou que o ex-presidente é "parcialmente responsável pelos acontecimentos adversos ocorridos no Brasil".

"Com o tempo, tudo ficará mais claro. A única oportunidade que ele teve de evitar seu envolvimento nisso foi quando estava mais preocupado em alienar ativos valiosos", acrescentou.

DELAÇÃO

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, após a celebração de um acordo entre o ex-ajudante de ordens e a Polícia Federal.

Essa delação está relacionada ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações associadas, incluindo a apuração sobre a possível venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro.

No que diz respeito ao inquérito das milícias digitais, a Polícia Federal está investigando a alegada existência de uma organização criminosa com o propósito de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Cid foi detido em maio deste ano durante uma operação da Polícia Federal que visava investigar a inserção de informações falsas sobre vacinação no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS) e a emissão de certificados de imunização contra a Covid-19.

Após a homologação do acordo de colaboração, Cid obteve liberdade provisória concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele deixou a prisão no sábado e está sujeito ao uso de uma tornozeleira eletrônica.

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