Lula aciona o 'botão vermelho' e assume as rédeas após derrotas sucessivas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agendou uma reunião para a próxima segunda-feira (3) com líderes partidários, visando intensificar sua participação na articulação política do governo no Congresso Nacional. Esta mudança de estratégia ocorre após uma série de derrotas sofridas pelo governo no Parlamento. Lula pretende se envolver mais diretamente nas negociações, não deixando essa responsabilidade apenas para Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais.

REUNIÕES MAIS FREQUENTES 

No Palácio do Planalto, Padilha é encarregado da articulação política, mas reconhece-se a necessidade de fortalecer o apoio às políticas de Lula, especialmente entre partidos que ocupam cargos ministeriais, mas que frequentemente votam com a oposição. Lula planeja realizar reuniões mais frequentes com líderes partidários como parte de sua agenda.

No comando das Relações Institucionais, Alexandre Padilha não estaria 'dando conta' de negociar com os parlamentares (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)Para a reunião de segunda-feira, além de Padilha, foram convocados Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), líder do governo no Congresso Nacional, Jaques Wagner (PT-BA), líder no Senado, e José Guimarães (PT-CE), líder na Câmara.

DERROTAS NO CONGRESSO

Na última terça-feira (30), Lula enfrentou derrotas significativas no Congresso Nacional. Deputados e senadores derrubaram um veto presidencial que permitia saídas temporárias de presos para visitas familiares e educação. Além disso, foi mantido um veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a uma lei que criminalizava a disseminação de notícias falsas.

COMPLEXIDADE NAS VOTAÇÕES

A necessidade de melhorar a articulação política é amplamente reconhecida. Jaques Wagner afirmou que a tramitação de pautas no Congresso varia conforme o tema, destacando a complexidade das votações de questões de costumes. Após as recentes votações, Wagner enfatizou a necessidade de uma organização mais eficaz entre o governo e o Legislativo, com um acompanhamento mais próximo dos processos.

Lula já havia tentado estreitar os laços com líderes partidários de várias bancadas na Câmara e no Senado, organizando encontros para fortalecer o apoio ao governo. No entanto, a oposição, que resiste a negociar pautas ideológicas, continua a representar um desafio significativo para o Palácio do Planalto.