O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), contratou familiares do agora ex-assessor da liderança do Progressistas na Casa, Luciano Cavalcante. Este é investigado pela Operação Hefesto da Polícia Federal que apura sobre o esquema de fraudes e lavagem de dinheiro a partir de contratos de aquisição de equipamentos de robótica para escolas em Alagoas, usando verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Irmão de Luciano, o deputado Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, foi admitido para assumir a chefia da Superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Estado alagoano. No posto, Carlos receberá um salário de quase R$ 20 mil mensais.
A esposa de Luciano, Glaucia Maria de Vasconcelos Cavalcante, também foi presenteada com um emprego na CBTU de Alagoas, no cargo de gerente regional de Planejamento e Engenharia do órgão, sob remuneração de R$ 13.313.
De acordo com as investigações da PF, Luciano Cavalcante e sua esposa foram beneficiados com verbas desviadas do FNDE, as quais eram oriundas das emendas do Orçamento Secreto, cujo controle e distribuição eram controlados por Arthur Lira.
As apurações da PF sobre os esquemas de corrupção na compra desses equipamentos indicam que o empresário Edmundo Catunda entregou R$ 550 mil à Construtora EMG, que construiu a residência de Luciano Cavalcante. Catunda é sócio da empresa Megalic, que obteve as licitações de kits de robótica para as escolas de municípios alagoanos.
Em nota, a PF relatou que "foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora [Megalic] e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes das atividades ilícitas".