Leila do Vôlei quer endurecer penas para quem comete crimes ambientais

Projeto de Lei dobra as penas para crimes cometidos em contextos de emergências, como secas severas e altas temperaturas.

Senadora Leila do Vôlei quer mais rigidez para crimes ambientais | Jefferson Rudy/Agência Senado
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De janeiro a agosto de 2024, o Brasil registrou um aumento de 78% nos focos de queimadas, em comparação com o mesmo período do ano passado. O número alarmante reflete uma realidade devastadora que tem causado prejuízos incalculáveis à saúde pública, à biodiversidade e ao clima. Em resposta, senadora Leila do Vôlei (PDT-DF) apresentou nesta segunda-feira (16/9/24) o projeto de Lei nº 3567/2024, que propõe endurecer as penas para crimes ambientais, com especial foco nos períodos de calamidade pública e desastres climáticos.

Como fica

O PL altera a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), dobrando as penas para crimes cometidos em contextos de emergência, como secas severas e altas temperaturas, cenários cada vez mais comuns em um mundo afetado pelas mudanças climáticas. 

"Estamos vivendo uma crise sem precedentes. Queimadas criminosas estão devastando nossos biomas e deixando um rastro de destruição que precisa ser combatido com urgência", alerta a senadora.

Situação assustadora

A realidade descrita pela senadora Leila é assustadora. No início de setembro, Floresta Nacional de Brasília (Flona) foi palco de um dos maiores incêndios de sua história. Em questão de dias, 2.655 hectares de vegetação foram destruídos, quase metade de toda a área do parque. A Polícia Federal investiga o incêndio, com indícios de que tenha sido criminoso. Testemunhas relataram a presença de três suspeitos no local pouco antes do início das chamas.

"O incêndio na Flona é uma perda irreparável para a biodiversidade do Cerrado e para o abastecimento de água do Distrito Federal, pois o local abriga nascentes essenciais para a represa do Descoberto", destacou Leila do Vôlei. 

Desafio

Além da Flona, o Parque Nacional de Brasília também enfrenta o desafio das queimadas. A capital do país iniciou a semana coberta por fumaça. Já foram consumidos 1.200 hectares de área preservada, mobilizando brigadistas e militares em uma operação de combate que envolve o ICMBio, o Corpo de Bombeiros Militar do DF e o Instituto Brasília Ambiental. É o primeiro grande incêndio desde 2022, quando o fogo devastou 7.700 hectares do parque, uma área equivalente a 20% de sua extensão total. 

Endurecimento das penas 

O PL 3567/2024 prevê o aumento das penas para crimes ambientais cometidos durante estados de calamidade pública e desastres climáticos. 

- Atualmente, a pena para o crime de incêndio florestal varia entre 2 a 4 anos de reclusão. O projeto propõe ampliar essa pena para 3 a 6 anos em casos dolosos, e de 1 a 2 anos para crimes culposos, ou seja, aqueles cometidos sem intenção direta. 

- O aumento das punições visa coibir os incêndios provocados por ação humana, que têm se alastrado pelo país.

Justificativa

A senadora justifica o projeto ressaltando que o Brasil enfrenta um momento crítico no combate aos incêndios florestais. "As queimadas são criminosas. A combinação de altas temperaturas, secas prolongadas e ações ilegais cria um cenário de destruição sem precedentes. Precisamos agir com rigor para proteger nosso meio ambiente e a saúde das pessoas", afirmou Leila Barros.

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