Justiça argentina emite mandados de prisão contra 61 foragidos do atentado de 8/1; dois foram presos

A Justiça Argentina emitiu 61 mandados de prisão contra terroristas brasileiros foragidos que participaram dos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Boné deixado por protestantes durante o atentado do 8/1 | (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)
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A Justiça da Argentina emitiu vários mandados de prisão contra os 61 foragidos brasileiros que tiveram pedidos de extradição enviados pelo Brasil, segundo informação confirmada pela Folha com interlocutores da área vizinha ao território brasileiro. Os terroristas foragidos foram condenados a diferentes penas devido à participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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A decisão foi tomada pelo juiz Daniel Rafecas, chefe do 3ª Vara Federal. As ordens de captura foram emitidas e, até aqui, já há dois brasileiros detidos no país. Eles terão audiências com o juiz Rafecas, que decidirá sobre a extradição, e poderão apelar até mesmo para a Corte Suprema de Justiça.

Na última ocasião em que foi questionado sobre o tema, o governo de Javier Milei afirmou, por meio de seu porta-voz, Manuel Adorni, que a Casa Rosada apenas seguiria as ordens judiciais no que diz respeito às decisões sobre extradição. Milei é um aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Um dos detidos foi Joelton Gusmão de Oliveira, durante esta quinta-feira (14), em La Plata, na província de Buenos Aires. Ele foi condenado no Brasil a 17 anos de prisão, enquanto a segunda detenção ocorreu na tarde desta sexta-feira. Havia uma ordem de detenção também contra a esposa de Joelton, Alessandra Faria Rondon, mas ela conseguiu deixar o local antes de ser capturada pelos policiais.

De acordo com informações obtidas pela reportagem por meio da lei de acesso à informação local, chega a 185 o número de brasileiro que, até meados de outubro, haviam pediram refúgio na Argentina. Para efeitos de comparação, em 2023 foram apenas três. A maioria (109) é de homens, e a maior fatia de pedidos ocorreu no mês de maio (47).

Os detidos permanecerão presos até que uma audiência para avaliar a extradição seja feita. O juiz Rafecas é também professor na Faculdade de Direito da UBA, a Universidade de Buenos Aires, a mais prestigiada do país. Tem atuação na área de direitos humanos.

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