O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou publicamente que pretende sair do partido. O político ainda disse que a definição deve acontecer "nas próximas semanas". "Se esse for o pensamento do povo de São Paulo, é nosso dever sempre estar à disposição para servir à população", disse Alckmin em entrevista dada ontem à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, durante evento em Santos.
Sem ocupar cargos públicos desde que recebeu menos de 5% dos votos nas eleições presidenciais de 2018, Alckmin já tinha revelado a amigos e aliados que pretendia sair do PSDB.
Cortejado por PSB e PSD, o ex-governador jantou em julho com o exgovernador Márcio França (PSB), o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que é filiado ao MDB, e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para discutir a formação de um palanque unificado em São Paulo.
Rompimento com Doria
Padrinho político de Doria em 2016, quando o empresário foi eleito prefeito, Alckmin e o atual governador estão rompidos desde a campanha de 2018. Um dos fundadores do PSDB, o ex-governador se viu isolado no partido com a chegada de Garcia. Em uma reunião realizada em julho, a executiva estadual tucana decidiu abrir inscrições para a disputa de prévias para escolher o candidato ao governo.
A eleição paulista será no dia 21 de novembro, junto com as prévias nacionais nas quais Doria disputa como favorito. O presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, pediu a Alckmin, por meio de emissários, que indique um nome de sua confiança para compor a comissão das prévias no estado.
Esse movimento é uma tentativa de esvaziar o discurso de Alckmin. Aliados de Doria gostariam que o ex-governador disputasse uma vaga de deputado, para fortalecer a bancada do partido, ou que concorresse ao Senado.