Na última sexta-feira (12), o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, foi eleito presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB). Recentemente, o secretário havia sido apontado - pelo ministro Fernando Haddad (PT) - para comandar também a diretoria do Banco Central (BC). Com isso, para atuar na segunda pasta, que ainda deve ser sancionada pelo Senado, terá que renunciar ao cargo ofertado pelo BB.
Segundo Haddad, a indicação de Galípolo à diretoria ocorreu por sugestão do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. Agora, eles aguardam a decisão do Senado, mas o que se espera é sua aprovação.
Ao ocupar a pasta, o economista se integrará ao Comitê de Política Monetária (Copom) e participará de reuniões que discutam sobre o estabelecimento da taxa Selic vigente no país.
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Surgimento do BC
A idealização da criação de um banco central nasceu da necessidade de uma instituição que atuasse como um “banco dos bancos”, com liberdade de emitir moedas exclusivas e de exercer a função de banqueiro do Estado.
Antes do país instaurar a órgão, a autoridade monetária era segmentada em três instituições:
- O Banco do Brasil, que exercia a função de banco comercial, além de ser encarregado da venda de produtos privativos da administração e contratos reais;
- A Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), responsável por fixar os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, assim como os juros sobre depósitos bancários; e
- O Tesouro Nacional, encarregado de emitir o papel moeda.
Foi só em 1964, sob a presidência do marechal Castelo Branco, na Ditadura Militar, que o Banco Central foi desenvolvido. Isso faz dele um dos mais tardios do mundo entre as principais economias. Além disso, o duplo papel exercido pelo Banco do Brasil é visto como uma das causas que justifica esse atraso.