O ministro da Fazendo, Fernando Haddad (PT), inicia hoje sua agenda oficial, no Japão, em encontro com outros ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais que compõem o G7 - grupo das sete maiores economias globais compostas por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. O Brasil recebeu o convite para participar da reunião como visitante, convite também feito a outros países emergentes - como Indonésia e Índia.
A ida do ministro à Ásia antecede a reunião com representantes do clube de países ricos marcada para a próxima sexta-feira (19), também realizada no Japão, e contará com a participação do pŕesidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo informações dados por interlocutores do governo, a expectativa é de que essa ida de Haddad na dianteira foi realizada a fim de que ele prepare terreno para Lula, fortalecendo a relevância do país no cenário internacional. Além disso, uma das obrigações do ministro nessa viagem é a discussão de reformas na economia e o estabelecimento de laços com membros do G7 e seus acompanhantes.
De acordo com especialistas, dois temas centrais devem ser abordados durante o encontro: a agenda econômica sustentável - como prevenção ambiental, reflorestamento da Amazônia e ações para combater as mudanças climáticas - e um tratado para pôr fim à guerra entre Ucrânia e Rússia.
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Intuito central da participação brasileira
A pauta principal do encontro é a enfatização da imagem do Brasil como ponte mediadora de conflitos. A visita paralela do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência, à Ucrânia será relevante para o resgate da reputação de neutralidade do país após sua aproximação com China e Rússia.
"O convite é importante para a estratégia do Brasil de fortalecer a percepção do país como mediador. Neste sentido, a ida de Celso Amorim à Ucrânia, após as declarações equivocadas de Lula igualando russos e ucranianos como responsáveis pela guerra, visa servir como uma ponte. É um movimento para calibrar a posição brasileira, condição necessária para que o país possa negociar o conflito", avaliou um dos especialistas no assunto.
Há a possibilidade do Brasil desenvolver, ainda, alguma espécie de negociação para tentar auxiliar a Argentina a se recuperar da crise econômica que assola o território. Isso porque o presidente argentino Alberto Fernández (do partido Frente de Todos) manifestou querer ajuda para superar o problema, e contribuir para a reestruturação do vizinho será um bônus importante para a criação da boa imagem do país, além de intensificar sua liderança sul-americana.