O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (2) que o combate aos supersalários e a revisão das regras de aposentadoria das Forças Armadas devem anteceder qualquer outra votação no Congresso Nacional — inclusive a da reforma administrativa.
PRIORIDADES PARA A EQUIPE ECONÔMICA
Ao ser questionado por jornalistas se a reforma administrativa é uma prioridade para o governo federal, Haddad respondeu que o Executivo já encaminhou propostas que tocam em pontos importantes do tema. Ele destacou que essas medidas iniciais tratam de assuntos que, em sua visão, precisam ser enfrentados antes de um debate mais amplo.
“Já mandamos algumas dimensões da reforma administrativa que, na minha opinião, deveriam preceder toda e qualquer votação: que é a questão dos supersalários e do acordo que foi feito com as Forças [Armadas] sobre aposentadoria”, declarou.
“COMEÇAR PELO TOPO DO SERVIÇO PÚBLICO”
O ministro também defendeu que o debate sobre mudanças na máquina pública comece pelos cargos mais altos da estrutura estatal. “Daríamos um bom exemplo para começar a discutir esse tema, começando pelo topo do serviço público”, disse.
Haddad alertou ainda que alguns pontos da reforma administrativa em discussão podem, na verdade, aumentar os gastos públicos.
“Tenho alertado o Congresso há algum tempo”, afirmou o ministro, adiantando que o tema será tratado com o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), coordenador do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que discute a proposta.
“FETICHE” EM TORNO DA EXPRESSÃO
Fernando Haddad também comentou sobre o uso do termo “reforma administrativa”, dizendo que a expressão ganhou uma conotação distorcida.
“Tem um pouco de um fetiche em torno da expressão. Precisamos notar que quando você fala em reforma administrativa tem um pouco de um fetiche em torno da expressão, mas quando você faz a conta, a conta não fecha. Então, precisa [ter] cautela”, ponderou.