O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23/9) e repetiu uma escolha que fez em 2023 e 2024: usou uma gravata com as cores da bandeira do Brasil. O acessório é considerado como um item "da sorte" por Lula e já foi utilizado em diversas outras ocasiões.
Em 2022, durante participação no podcast Flow, Lula explicou que a gravata é um símbolo. Ele ganhou o acessório em 2009, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) garantiu ao Rio de Janeiro o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
"Em Copenhague, eu estava com aquela gravata, o Pelé estava com aquela gravata. Foi uma gravata que o Comitê Olímpico deu para nós. Toda vez que vou encontrar um representante estrangeiro, uso aquela gravata. Ela representa minha pátria amada", destacou.
A especialista e pesquisadora de moda Karla Beatriz afirmou que a gravata é o acessório masculino que mais permite que as pessoas percebam as expressões de identidades, posicionamentos políticos, comportamentos em sociedade e discurso imagético.
O mais incrível é perceber que 40 centímetros de tecido podem carregar uma narrativa, uma expressão que consolida a construção da imagem e de discursos associados à delimitação de uma identidade. Ao escolher repetir uma gravata com grande significado, o presidente escolhe perpetuar um conceito e construir a marca pessoal envolto por uma atmosfera emocional, estética e visual, mostrando que a expressividade individual dentro do panorama político é o reflexo de conceitos que se assemelham aos de seu discurso e ideias. Afinal, o Brasil está vivenciando uma crise diplomática com os Estados Unidos, onde o evento acontece, e serve como posicionamento ao discurso de intimidação e de ameaça, além de um reflexo de força, sua 'sorte
Em 2022, Lula usou a gravata com as cores da bandeira no primeiro debate do segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). No mesmo ano, a gravata também foi vista na posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2017, Lula utilizou a gravata durante um depoimento dado ao então juiz Sergio Moro, por ocasião da Operação Lava-Jato