Como o de líder do país-sede da próxima Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas, a COP30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta terça-feira, 23 de setembro, que investimentos militares não trarão benefício no esforço em curso para reverter os efeitos da mudança do clima.
"O ano de 2024 foi o mais quente já registrado. A COP30, em Belém, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta”
Para o presidente, é preciso que os países se empenhem em definir e cumprir as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), os compromissos que cada nação assume, no âmbito do Acordo de Paris, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Sem ter o quadro completo das Contribuições Nacionalmente Determinadas, caminharemos de olhos vendados para o abismo. O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59 e 67% suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia”, lembrou Lula.
Em Nova York, o presidente destacou o esforço de sua gestão para reduzir o desmatamento na Amazônia e disse que é preciso engajamento para fazer com que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre atinja seus objetivos. A iniciativa, que será lançada durante a COP30, cria um novo modelo de financiamento: países que preservem as florestas tropicais seriam recompensados via fundo de investimento global.
“Em Belém, o mundo vai conhecer a realidade da Amazônia. O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na região nos dois últimos anos. Erradicá-lo requer garantir condições dignas de vida para seus milhões de habitantes. Fomentar o desenvolvimento sustentável é o objetivo do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que o Brasil pretende lançar para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé. É chegado o momento de passar da fase de negociação para a etapa de implementação”, pediu Lula.
Ao elogiar a importância da Convenção do Clima, um acordo internacional para estabilizar os gases de efeito estufa e que tenta impedir a interferência humana danosa ao sistema climático, Lula ressaltou que a ONU deve assumir cada vez mais um papel de protagonismo nessa questão. “O mundo deve muito ao regime criado pela Convenção do Clima. Mas é necessário trazer o combate à mudança do clima para o coração da ONU, para que ela tenha a atenção que merece”, afirmou. “Um Conselho vinculado à Assembleia Geral com força e legitimidade para monitorar compromissos dará coerência à ação climática. Trata-se de um passo fundamental na direção de uma reforma mais abrangente da Organização, que contemple também um Conselho de Segurança ampliado nas duas categorias de membros”, defendeu.