A fim de garantir mais segurança nos estádios e partidas de futebol, o Governo Federal e a CBF - Confederação Brasileira de Futebol negociam um acordo de cooperação para trazer melhorias e conforto para os torcedores. A ideia é impedir o acesso daqueles que tenham pendências com a Justiça ou que tenham sido proibidos de assistir presencialmente a jogos futebolísticos.
Batizada de “Estádio Seguro”, a medida deve ser assinada em agosto e será aplicada nos principais estádios do país, especialmente nas capitais, com tecnologias de rastreio de ingressos e de coleta de dados de torcedores, ou seja, ao comprar ou ganhar uma entrada, a pessoa teria que vincular seu CPF e número celular ao bilhete.
Se o estádio tiver tecnologia de reconhecimento facial, poderá solicitar também uma foto do dono da entrada. Quem estiver com problemas na Justiça, será identificado ainda antes de acessar o campo.
“Assim, se consegue interceptar quem tem mandados de prisão, usa CPF de pessoas que já morreram e afasta quem está banido dos estádios”, explica o secretário-geral da CBF, Alcino Rocha.
FERRAMENTE EM TESTE
Arenas como o Allianz Parque, em São Paulo, e o Maracanã, no Rio de Janeiro, já possuem catracas com tecnologia que identificam quem entra por meio de reconhecimento facial ou identificação do CPF vinculado ao ingresso. A ideia, de acordo com a CBF, é levar os sistemas para outros estádios.
A Confederação Brasileira de Futebol procurou o Ministério da Justiça e o Ministério do Esporte no início de 2023 para propor a elaboração de um plano para identificar os torcedores com problemas judiciais. Só neste ano, foram realizados checagem de CPF e biometria em 20 jogos de Flamengo ou Fluminense no Maracanã
“Queremos que deixem de ser um programa piloto e passem a ser efetivos”, disse Alcino, secretário-geral da CBF.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, o delito mais frequente identificado nas verificações foi a de pessoas condenadas por falta de pagamento de pensão alimentícia, as quais foram reconhecidas e presas.
O secretário-executivo da CBF disse ainda que casos de racismo e de homofobia também serão tratados como questões de segurança nos estádios. Torcedores que cometerem os crimes poderão ser identificados a partir do local por onde entraram nos estádios e por reconhecimento facial.
ENTENDA NA PRÁTICA
- ingressos eletrônicos – ao comprar o bilhete, todo torcedor teria de fornecer seus dados pessoais (inclusive CPF);
- catraca identifica – muitas das novas arenas já usam sistemas eletrônicos. Ao colocar o bilhete para entrar no estádio, o número do CPF seria cruzado com a base de dados nacionais de pessoas com pendências na Justiça;
- encrencados barrados – ao identificar alguém em dívida com a Justiça ou com histórico de violência em estádios, a catraca eletrônica emitiria um alarme e a pessoa seria impedida de assistir ao evento esportivo.
Todas as informações coletadas nos sistemas sobre os torcedores serão compartilhadas com o Ministério da Justiça, que montará uma base de dados nacional. As catracas automaticamente terão acesso a este banco para poder checar as informações do torcedor.
Sendo este impedido, não poderá acessar nenhum outro campo no país. Atualmente, os clubes não conseguem impedir que torcedores com problemas tenham acesso aos jogos porque não há checagem de informações.