Por José Osmando de Araújo
O Presidente Lula adotou a medida mais impactante desses seus 135 dias de Governo, pondo fim à política comercial do atrelamento ao dólar dos combustíveis distribuídos pela Petrobras.
Lula cumpre, assim, uma das suas mais veementes promessas de campanha, mostrando que não enganou os eleitores ao reiterar nas suas manifestações de que não permitiria que os produtos extraídos, refinados e comercializados pela estatal brasileira, tivessem seus preços vinculados à moeda norte-americana.
No entendimento de Lula, que considero corretos, não tem sentido a Petrobras extrair e refinar o petróleo, produzir gasolina, óleo diesel e gás de cozinha, em custos brasileiros, mas na hora de comercializá-los ser obrigada a fazê-lo a custos internacionais, para atender a interesses pouco ou nada transparentes.
POLÍTICA ADOTADA NO GOVERNO TEMER
Com a política de atrelamento ao dólar, estabelecida pelo governo brasileiro desde o período Temer, os preços ao consumidor dispararam, fazendo com que o óleo diesel, combustível essencial ao transporte de mercadorias, passasse do preço da gasolina, como aconteceu sob Bolsonaro e permaneceu por longo período nessa disformidade no governo passado.
POVO PAGOU O PREÇO
E quem pagou o preço por esse descalabro foi o povo, como sempre costuma acontecer. Com essa comercialização de combustível dolarizada, o preço de todas as mercadorias transportadas por nossas rodovias também ganhou disparada, gerando prejuízos e contrariedades à população, sobretudo aos mais pobres.
VOLTA AO PASSADO
Ontem mesmo, na onda de reações negativas à decisão de desatrelar do dólar os preços dos combustíveis, como já era de se esperar na mídia corporativista brasileira, vi um artigo escrito por um famoso colunista daquele que se julga o maior jornal do país, em que afirmava que a posição assumida pelo Governo Lula era “ uma volta ao passado”.
Embora a intenção do colunista seja desacreditar a medida governamental, ante a suposição de que os preços oferecidos pela Petrobras deixariam de ser competitivos, daí advindo risco de desabastecimento, tenho que, mesmo em parte, mas na essência da sua preliminar, concordar com a manifestação. Trata-se, isto sim, de uma volta ao passado. Contudo, na minha visão, de uma Feliz Volta ao Passado.
COMO ERA O PREÇO ANTES?
É impossível querer ocultar que nos dois primeiros períodos governamentais de Lula os preços dos combustíveis, atrelados à realidade brasileira, ao custo Brasil, que é o custo praticada em todas as operações industriais da Petrobras, eram baixíssimos, se comparados aos disparates que se alcançou sob Temer e Bolsonaro.
Nos 8 anos em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no governo, os preços dos combustíveis se mantiveram estáveis, mesmo com a crise econômica mundial de 2008. O óleo diesel, por exemplo, só aumentou R$ 0,48 entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010, segundo dados da ANP.
ANÚNCIO DE REDUÇÃO
E no mesmo dia em que pôs fim aos preços dolarizados da Petrobras, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, fez logo outro anúncio: os preços do litro da gasolina e do diesel ficarão mais baratos às distribuidoras a partir de amanhã, a R$ 0,40 e R$ 0,44, respectivamente.
O GLP (gás liquefeito de petróleo) — o popular gás de cozinha — também teve redução de R$ 8,97 por botijão.
Certamente, os que vivem à sombra dos interesses externos do grande capital, os que não trabalham e nem produzem nada para servir ao Brasil, os que engordam com a especulação financeira e enchem seus cofres com os bilionários dividendos da Petrobras, a notícia foi uma verdadeira catástrofe.
Mas para a grande nação brasileira, para o povo trabalhador e honesto, foi o início de uma Feliz Volta ao Passado.