Simone Tebet, candidata do MDB, foi a última presidenciável sabatinada no Jornal Nacional na noite deste sexta-feira (26). Durante a entrevista, ela foi questionada sobre os políticos do partido envolvidos em escândalos.
Ela respondeu: "O MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e seus caciques" e também afirmou, sem citar nomes, que tentaram puxar seu tapete.
"É um partido ético, que tem, sim, uma meia dúzia que esteve, por exemplo, envolvido, no passado, no escândalo do Petrolão do PT e que não estão conosco. Aliás, Renata, se você me permitir, tentaram puxar o meu tapete até pouco tempo atrás. Se tivesse um tapete aqui, acho que eu já tinha caído pra trás dessa cadeira também.",disse.
Tebet também falou candidatura de mulheres.
''Eu fui a primeira mulher a presidir a comissão de combate à violência contra a mulher no Senado. E entre outras coisas tem essa violência política, e conseguimos avançar agora com 30% no tempo de rádio e televisão para mulher, o que fez com que pudéssemos aumentar em quase 50% o número de deputadas."
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Acabar com o 'presidencialismo de cooptação'
Simone Tebet foi perguntada sobre como lidará, em um eventual governo, com os caciques do MDB que se envolveram em escândalos de corrupção como o mensalão e o petrolão. A candidata citou outros nomes de políticos do partido, que diz ter como referências, e afirmou que governaria “com a maioria do centro democrático da frente democrática”.
“Eu não sou mais candidata do MDB. Eu sou candidata do MDB, do PSDB, do Cidadania, do Podemos e de uma legião de pessoas que não querem mais voltar ao passado e muito menos permanecer no presente. Então, diante disso e com esse corpo de pessoas de bem, éticos, honestos, é que nós vamos, ganhando as eleições – se nós ganharmos as eleições –, governar com a maioria do centro democrático da frente democrática”, disse.
Questionada sobre a composição de uma eventual base aliada, disse que exigirá apenas duas características para os indicados para a Esplanada dos Ministérios: honestidade e competência. Mas Tebet reconheceu que membros do MDB se envolveram em grandes esquemas no passado.
“Nós temos que deixar de lado esse chamado presidencialismo de coalizão, que na verdade é de cooptação, que aconteceu no mensalão no passado. Compraram consciência dos parlamentares para tentar uma reeleição. Foram descobertos, voltaram com o petrolão, fatiaram a maior estatal do Brasil e colocaram ali inclusive gente do meu partido, que você tem razão, e do partido do atual presidente da República”, citou.
Críticas ao orçamento secreto
Tebet também fez críticas ao orçamento secreto, nome dado para as emendas de relator.
"Por que o orçamento brasileiro está na mão do Congresso? Porque nós temos um governo que não planeja nada. Ele não sabe onde quer chegar, para onde ele quer ir, não tem projeto de país e com isso o dinheiro fica solto. Cada um faz um puxadinho, daqui a pouco essa casa cai. Porque o alicerce, a base, não foi feito o dever de casa que é o orçamento", argumentou Tebet.
Ela disse que vai ampliar a transparência dessas emendas, o que, segundo a candidata, vai coibir a prática do pagamento pouco criterioso da verba.
"Orçamento secreto não é com diálogo só, é com transparência. Com um único ato, uma portaria exigindo que todos os ministros abram as contas de seus ministérios", afirmou.