A candidata ao governo do Piauí, Madalena Nunes (PSOL), participou nesta terça-feira, 6, da sabatina realizada pela Rede Meio Norte. Ao chegar à TV, ele disse a sabatina é mais uma oportunidade de dialogar com os piauienses em todos os municípios e relatou que essa conversa com a sociedade não é somente neste período. "Vamos mostrar nossas propostas às pessoas".
Maria Madalena Nunes é natural de Floriano, graduada em Direito e História e trabalha como técnica judiciária da Justiça Federal.
As candidaturas do PSOL apresentam nomes qualificados. No entanto, o desempenho nas urnas é muito aquém. Ela disse que esse é um 'xis' da questão e declara que o modelo do sistema eleitoral afasta as pessoas. "Quanto mais a população estiver afastada desses espaços de debates, mais os gestores atuais ficarão à vontade nesse processo vicioso. A política da forma como é estruturada afasta as pessoas. Precisamos desmantelar esse modelo e participar do processo político. Precisamos nos organizar para ocupar esses espaços políticos", disse.
Pleito de servidores
A candidata disse que a valorizaçãodo serviço público e dos servidores faz parte do plano de carreira. "Se quer serviço de qualidade tem que valorizar os servidores. O Brasil e o Piauí têm condição de valorizar e priorizar os servidores e não deixar todos os recursos para os mais abastados. Nossa prioridade é atender a demanda social. O Piauí tem muito dinheiro", disse a candidata, que considera um absurdo uma greve durar mais de seis meses sem a abertura de uma mesa de negociação.
Mulher na política
A candidata disse que a estrutura social gera acúmulo das riquezas para um setor pequeno que explora o trabalhador e o meio ambiente. "Temos uma sociedade machista, que faz exclusão, como se os espaços de poder fossem para homens brancos e ricos", diz, enfatizando que é difícil se colocar no processo de debate.
A candidata diz que não há transformação sem ruptura desse processo político. "As mulheres sofrem preconceito e precisamos nos organizar para superar essa estrutura", disse.
Descentralização de governo
A proposta de governo do partido traz descentralização e desconcentrar do poder. "As microrregiões estão totalmente abandonadas, as pessoas com problemas de saúde são obrigadas a se deslocar para Teresina, queremos dar condições para atendimento básico de saúde. Essa gestão se preocupa muito mais em construir parlamento para garantir a governabilidade e não se preocupa com os municípios", diz.
Ela conta que os municípios estão sem estrada, com escolas fechadas fato que obriga jovens e crianças a estudar em escolas distantes. "O serviço público está precarizado", diz, enfatizando ser contra o fechamento de escolas e de postos de saúde.
A candidata disse que a descentralização é possível, assim como o fortalecimento das microrregiões com a integração de serviços públicos. "Descentralizar e desconcentrar o poder para dar um outro patamar aos serviços públicos", disse.
Alianças
A candidata disse que em nível nacional há um governo que ameaça as vidas e criticou a gestão do atual presidente. "Temos um modelo de desenvolvimento. Já rompemos com o PT pelas reforma da previdência que já fez e aqui no estado critica modelo de gestão petista, que transfere recursos públicos para iniciativa privada por meio de PPPs e fortalece o agronegócio", disse, enfatizando que o programa de governo do PSOL é contra o modelo de gestão petista no estado. No entanto, é muito importante derrotar Bolsonaro, por isso defende votos no ex-presidente Lula.
Adversários
Não há diferença da administração petista e de Sílvio Mendes. "Sílvio Mendes agora está num partido piorado, que defende Bolsonaro e do ponto de vista político a candidatura dele representa uma ameaça ainda maior, que destrói direitos", disse, destacando que o partido de Sílvio Mendes retira direitos da classe trabalhadora, está de um lado que promove violência e ódio", disse, convidando o eleitor para o observar a atitude desses candidatos.
O PT, enquanto governo, também ataca os direitos da classe trabalhadora. "Temos que barrar isso e por isso lutamos pela defesa das mulheres. Pagamos impostos para que eles se revertam para garantir nossos direitos e não para nos atacar".
Segurança
Propõe o modelo de polícia mais integrada às comunidades. Ela disse que o Ronda Cidadão quando criado não chegou protegendo os movimentos. "Defendemos uma polícia que nos proteja. Não queremos uma polícia para nos matar", disse. Ela declarou que as pessoas são abandonadas em local distante do centro, sem emprego, renda e infraestrutura.
Madalena defende que as comunidades tenham estrutura de escolas, lazer, segurança, fomento à produção, organização de mulheres em cooperativas, a juventude. "Defendemos uma educaçao transformadora e as polícias devem ser treinadas para respeitar a sociedade e os direitos humanos. Não é para o agente policial chegar à comunidade, mas que esteja na comunidade", disse, enfatizando que a polícia deve ser construídas a partir de valores educativos e humanizados. "A violência não se combate com violência. O perfil do policial que acreditamos não é agressivo que vem oprimir, mas que vem proteger a sociedade. Não vamos pagar ninguém para nos matar", declarou, destacando o perfil comunitário.
Energias renováveis
O desenvolvimento dessa energia é muito importante e deveria ser mais acessível. "Aqui no Piauí está sendo devastado, as pessoas são retiradas dos territórios para receber a estrutura desses parques. A energia solar deveria ser democratizada a todos", disse.
As energias renováveis da forma como estão implantadas, as pessoas são retiradas de seu território e a energia não ficou mais barata, pois é comercializada para fora do País. "Defendemos essa energia que preserva o ambiente, mas queremos que respeite as comunidades quilombolas e seja mais barata", disse.
Fim da isenção de impostos
Madalena Nunes diz que o estado tem que cobrar mais de quem ganha mais e defende justiça fiscal. "Temos isenção no Piauí sem a geração de emprego", disse, enfatizando que são os impostos que garantem os serviços públicos.
"Se o agronegócio resolvesse o problema da fome, não haveria fome. O agro não produz emprego e recebe isenção", disse, compreendendo que os empresários precisam de infraestrutura, de boas estradas para vender seus produtos, mas eles têm que devolver para o estado o que lucram em forma de tributos.
Assistência
A candidata disse que a fome tem pressa. "É inaceitável um país rico como nosso ter pessoas passando fome e o que vai resolver é a inversão de investimento. Ao invés de favorecer os grandes, favorecer as cooperativas para trazer renda, garantir o emprego e resolver o problema da fome", disse, defendendo a agroecologia e o respeito aos direitos trabalhistas. "O maior problema da fome é a concentração de riqueza", disse.
Sabatinas Meio Norte
Até agora, já participaram da sabatina os candidatos Rafael Fonteles, Gustavo Henrique, Sílvio Mendes, Gessy Lima, Ravenna Castro. Nesta quarta-feira, 7 de setembro, será a vez do coronel Diego Melo e encerrando a série, a candidata Lourdes Melo no dia 8. A ordem dos sorteios foi definida em sorteio com a presença dos representantes dos partidos.