O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acertou nesta segunda-feira (7) a filiação ao PSB com o objetivo de ser o vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições deste ano, afirmou o presidente do partido, Carlos Siqueira.
Segundo Siqueira, o acordo foi fechado em reunião de ambos pela manhã que contou também com a presença do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), do prefeito de Recife, João Campos (PSB), e do presidente do PSB de São Paulo, Jonas Donizete.
"Tivemos uma conversa muito boa com ele [Alckmin]. Mais uma, né? Ele disse que o caminho natural dele é o PSB e praticamente ficou selado o ingresso dele, mas vai decidir uma data. Não bateu o martelo quanto à data", disse.
"Alckmin passa a ser o nosso candidato a vice. Agora, para oficializar, é preciso que o candidato à Presidência o faça", completou, em referência a Lula.
A expectativa é que uma data para a filiação de Alckmin ao PSB seja acertada nos próximos dias. O evento deve acontecer até o final do mês em São Paulo e a vontade dos integrantes do PSB é que Lula esteja no ato.
A filiação de Alckmin tem de acontecer até 2 de abril, pois esta é a data limite imposta pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para interessados em concorrer nas eleições de outubro estarem filiados a algum partido.
A ideia do PSB e do PT é formar uma frente ampla para tentar derrotar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ainda no primeiro turno do pleito. Ambos os partidos conversam com o PCdoB e o PV sobre a possibilidade da formação de uma federação partidária. Desta forma, as quatro siglas passariam a atuar de forma mais próxima e a reforçar com maior unidade a oposição contra Bolsonaro.
Atualmente, Lula vem aparecendo à frente de Bolsonaro nas principais pesquisas de intenção de voto. No entanto, os políticos sabem que as pesquisas só retratam um panorama do período em que são realizadas e nada está garantido.
As tratativas entre Lula e Alckmin acontecem desde, pelo menos, novembro do ano passado. Em dezembro, Alckmin se desfiliou do PSDB, onde construiu a carreira política e do qual fazia parte há 33 anos, e passou a discutir nos bastidores qual o melhor partido para se filiar mirando a chapa com o petista. Alckmin segue agora para uma legenda mais situada à esquerda no espectro político.