Candidatura do coach ameaçada? Racha pode minar Pablo Marçal em São Paulo

Pablo Marçal enfrenta o desafio de concorrer sem tempo de TV e com fundo eleitoral reduzido, além da instabilidade do partido.

Coach ou ex-coach, Pablo Marçal, durante uma apresentação no final de junho. | Reprodução
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O PRTB, que planeja lançar Pablo Marçal como candidato à prefeitura de São Paulo, enfrenta disputas internas pelo controle do partido que se arrastam há anos na Justiça. Essa instabilidade é vista por opositores de Marçal como um obstáculo para oficializar sua candidatura, já que a unidade do partido será crucial durante as convenções partidárias, que devem ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. As candidaturas precisam ser formalizadas até 15 de agosto.

Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interrompeu uma assembleia convocada por membros do partido que visava destituir a atual executiva nacional, um episódio que marca mais uma etapa na disputa que começou em 2021 após a morte de Levy Fidelix, fundador do PRTB.

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Além disso, Marçal enfrenta o desafio de concorrer sem tempo de TV, já que o partido não elegeu deputados federais em 2022, o que limita sua visibilidade, a menos que consiga formar coligações com outras siglas. Nas últimas semanas, ele tem mantido diálogos com líderes do União Brasil. O PRTB também dispõe de um fundo eleitoral reduzido, somando apenas R$ 3,4 milhões para a campanha.

BRIGA INTERNA

Desde fevereiro, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, é o presidente do PRTB. No entanto, sua liderança é contestada por um grupo interno, que tenta removê-lo do cargo. Foi Avalanche quem articulou a candidatura de Marçal, e seu enfraquecimento poderia comprometer os planos eleitorais do ex-coach.

A disputa pelo controle do PRTB se intensificou desde 2021. Inicialmente, Júlio Cezar Fidelix da Cruz, irmão de Levy, foi designado para liderar a executiva nacional, mas enfrentou oposição de outros membros, incluindo Aldineia Fidelix, viúva do fundador do partido. Em dezembro de 2023, o TSE interveio temporariamente, organizando uma nova assembleia em fevereiro de 2024, na qual Leonardo Avalanche foi eleito. Apesar disso, a controvérsia continua, com Júlio Cezar Fidelix e outros membros ainda contestando o resultado.

As disputas internas geraram ações no TSE, com alegações de falsificação de assinaturas e fraudes no processo eleitoral interno. Existem também processos judiciais que investigam a inserção de dados falsos no sistema do tribunal e casos de pessoas que alegam terem sido desfiliadas para serem impedidas de votar.

Em junho, uma tentativa de destituir a executiva nacional foi bloqueada pelo TSE após pedido de Avalanche. Karina Fidelix da Cruz, advogada e filha de Aldineia, afirmou que havia um acordo para que sua mãe e Avalanche comandassem o partido conjuntamente, mas que não foi cumprido. Avalanche nega qualquer quebra de acordo e afirma que o partido está unido.

A disputa interna também levou a boletins de ocorrência e acusações nas redes sociais. O marqueteiro Michel Winter, filiado ao PRTB, acusou Avalanche de ameaça de morte, registrando denúncia na Polícia Federal. Outro episódio envolveu Tarcísio Escobar, que se apresentava como presidente do partido mesmo após ter sido destituído e com histórico criminal.

Até junho, o diretório paulista do PRTB enfrentava problemas, com seu comando temporariamente inativo. Atualmente, Leonardo Avalanche acumula as presidências nacional e estadual, enquanto Marçal é o primeiro vice-presidente. A situação do partido está regularizada na Justiça Eleitoral, com todos os cargos preenchidos tanto no diretório nacional quanto nos estaduais e municipais.

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