Coach Pablo Marçal convoca fãs para 'guerra' e ataca Nunes: “homem fraco”

O desempenho de Marçal nas pesquisas preocupa bolsonaristas e aliados do prefeito Nunes, que temem fragmentação do eleitorado e favorecimento à campanha de Boulos.

Na tarde de sábado, 23 de junho, Marçal promoveu um evento em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, marcando o início de sua pré-campanha. | Reprodução/Instagram
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Pablo Marçal (PRTB), conhecido coach e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, está mobilizando seus seguidores para um embate que ele denominou como "guerra contra milícias digitais". Com 16,1 milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal tenta se consolidar como uma figura central da direita nas eleições municipais, o que tem provocado tensões com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e seu grupo de apoio.

Na tarde de sábado, 23 de junho, Marçal promoveu um evento em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, marcando o início de sua pré-campanha. Durante o encontro, transmitido ao vivo para mais de 10 mil espectadores no Instagram, Marçal clamou por apoio contra os ataques que vem sofrendo. 

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"Já tem um monte de milícia digital me atacando. Preciso que todos vocês que estão me assistindo entrem nessa guerra comigo", declarou.

O discurso de Marçal foi repleto de referências religiosas e conservadoras, além de críticas diretas a adversários políticos como Ricardo Nunes e o deputado Guilherme Boulos (PSOL). "O prefeito atual é um homem fraco. Ricardo Nunes, com todo respeito, você chegou ao seu limite. Esse é seu último mandato", afirmou.

De acordo com as últimas pesquisas eleitorais, Marçal ocupa a terceira posição. A pesquisa AtlasIntel divulgada em 19 de junho mostra Boulos na liderança com 35,7% das intenções de voto, seguido por Nunes com 23,4%, enquanto Marçal possui 12,6%.

O desempenho de Marçal nas redes sociais e nas pesquisas preocupa tanto bolsonaristas quanto aliados de Nunes. Eles temem que Marçal possa fragmentar o eleitorado de direita em São Paulo, favorecendo assim a candidatura de Boulos.

Há uma preocupação entre os aliados de Nunes de que Boulos, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possa avançar para o segundo turno à frente de Nunes, o que fortaleceria a campanha do PSOL e ameaçaria a reeleição do prefeito. Porém, não se prevê, neste momento, que Marçal possa superar Nunes e alcançar o segundo turno.

Além disso, os bolsonaristas temem que a candidatura de Marçal nas eleições municipais possa prejudicar os planos do grupo para as eleições de 2026, especificamente na corrida pelo Senado. Eles especulam que Marçal está usando a campanha municipal como trampolim para uma candidatura ao Senado. Marçal, no entanto, assegura que seu foco é exclusivamente na prefeitura.

Recentemente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) foi apresentado como pré-candidato ao Senado por Valdemar Costa Neto durante um evento em Campos do Jordão (SP), com o atual secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), também sendo cotado como candidato apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Diante desse cenário, Marçal tem sido alvo de ataques dos bolsonaristas, especialmente após ter se encontrado com o ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido). O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se manifestou, proibindo que parlamentares do PL apoiem a candidatura de Marçal.

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