Educação do Piauí tem cerca de 800 obras e R$ 800 milhões investidos

Previsão de concursos para 2022, a oferta de vagas será avaliada de acordo com a demanda.

Secretário Ellen Gera | Divulgação
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À frente da Secretaria de Educação do Piauí, uma das pastas mais importantes em qualquer administração pública estadual ou municipal, Ellen Gera trabalhou em toda a sua vida no serviço público.  “Conheço a estrutura do trabalho nesse setor”, diz. 

Ele foi estagiário na Secretaria de Fazenda, professor substituto na Uespi, ingressou em 2005 no quadro de professores da FATEPI. Na Seduc, ocupou o cargo de diretor da unidade de Mediação Tecnológica, superintendente de Ensino Superior, até chegar à função de secretário. “Foi toda uma trajetória profissional dentro do serviço público. Nunca pensei em ocupar esse cargo mas sempre estive à disposição para colaborar da melhor forma”, diz. 

Secretário de Educação do Piauí, Ellen Gera (Divulgação)

Na Seduc, Ellen Gera diz que os desafios são grandes. Afinal de contas, são 96 escolas de Tempo Integral, 337 escolas de ensino médio e ainda há a oferta de Educação Profissional Técnica de Nível Médio da Rede Estadual distribuída em 76 escolas, sendo 18 Centros Estaduais de Educação Profissional – CEEP, 14 Centros Estaduais de Educação Profissional Rural – CEEPRU, 7 Centros Estaduais de Tempo Integral - CETI, 16 Escolas Famílias Agrícolas - EFA’s, 18 unidades escolares – UE, uma Escola de Teatro e um Núcleo de Educação Profissional.

Ao Meio Norte, o secretário diz que em 2022, o principal desafio é superar os reflexos da pandemia e garante que a Seduc vai trabalhar, ao máximo, para manter o vínculo entre aluno e escola, pois a falta do contato com o ambiente escolar traz prejuízo social, emocional e educacional tanto para alunos quanto para professores.

Na entrevista, Ellen Gera destacou os projetos Busca Ativa, o Novo Ensino Médio. “2022 será um ano de transformação no Ensino Médio”. Ele falou ainda sobre o Programa de Alfabetização, cuja meta é trazer mais de 200 mil pessoas de volta às salas de aula. 

Meio Norte: Secretário, antes de ocupar a pasta da Educação, o senhor foi professor em quais escolas?   

Ellen Gera: Minha experiência docente começou em 2003 onde fui professor substituto na Universidade Estadual do Piauí (Uespi) no curso Bacharelado em Ciências da Computação. Em 2005 ingressei no quadro de professores na FATEPI no curso de Sistema de Informações.  Tive outras atividades em sala de aula como palestrante na área de ciências exatas, e professor em preparatórios para concurso.

Secretário Ellen Gera visita obras (Divulgação)

MN: Quando o senhor descobriu que queria trabalhar com a educação?

EG: A minha maior inspiração para a educação foi dentro de casa com a minha mãe, ela é professora na educação infantil, trabalha na alfabetização, inclusive, fui inicialmente alfabetizado por ela. 

MN: Na educação o que mais encanta o senhor?

EG: Desde o tempo de universidade, atuando no centro acadêmico observei que precisávamos trazer inovações para o curso. Me encanta o poder transformador da educação, que permite que pessoas sejam enxergadas na sociedade e possam conquistar e realizar coisas grandiosas.

MN: Desses três à frente da Seduc, o que esses anos revelaram para o senhor?

EG: Avançamos muito no que diz respeito ao acesso à escola e isso é identificado no censo em todas as modalidades de ensino. O Piauí foi revertendo o quadro da baixa escolaridade. As redes estadual e municipais avançando no IDEB, combate ao abandono e evasão escolar. 

Um ponto ainda a ser debatido é o combate a desigualdade de aprendizagem, nem todo aluno consegue aprender da mesma forma e a escola precisa ser inclusiva e acolhedora. Temos muito a fazer ainda pela educação.

Secretário Ellen Gera

MN: Para 2022, quais serão os desafios da educação no Piauí?

EG: Em geral, o desafio principal é superar os reflexos da pandemia, principalmente no que se refere ao afastamento do chão da escola. Trabalhamos o máximo  para manter o vínculo entre aluno e escola, mas a falta do contato com o ambiente escolar, com certeza, nos traz um prejuízo social, emocional e educacional para alunos e professores.

Busca ativa- O desafio é trazer todos de volta, mostrar que a escola é segura e está apta para receber. Quanto as questões pedagógicas é ter uma rede pronta para acolher e usar metodologias capazes de promover essa recomposição da aprendizagem, fazer com que as famílias entendam a importância de retornar para a escola.  

Novos Ensino Médio- 2022 será um ano de transformação no Ensino Médio, que será implementado à luz da BNCC, com nova arquitetura, sempre olhando para o protagonismo estudantil, projeto de vida desses estudantes e a escolha dos itinerários formativos. 

Alfabetização- Vamos  trabalhar para cumprir as metas propostas pelo Programa de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos. Queremos mais de 200 mil pessoas de volta às salas de aula para se alfabetizar e seguir os estudos. 

Educação profissional- fortalecer a oferta da educação profissional com novos cursos e mais equipamentos que permitirão que os alunos possam ter experiências práticas nas áreas dos cursos. 

Ensino superior -em 2022 fecharemos o ciclo da Universidade Aberta do Piauí (UAPI), com a implantação da terceira, cobrindo o estado com essa oferta de ensino em todos os municípios.  

MN: O senhor esperava que um dia seria gestor de uma das pastas mais importantes do Estado?

EG: Toda vida trabalhei no serviço público, conheço a estrutura do trabalho nesse setor. Fui estagiário na Secretaria de Estado da Fazenda,  coordenador de geração de dados e pesquisa na Secretaria de Estado da Pessoa com Deficiência, analista de sistemas do Estado, gerente do sistema de informação da Sefaz. Na Seduc fui diretor da unidade de Mediação Tecnológica, superintendente de Ensino Superior, até chegar à função de secretário. Foi toda uma trajetória profissional dentro do serviço público. Nunca pensei em ocupar esse cargo mas sempre estive à disposição para colaborar da melhor forma.  

MN: No momento, quantas escolas estão sendo reformadas e equipadas?

EG: Nesse sentido, estão previstas em média 800 obras com investimento de 800 milhões, aproximadamente. Desse total de obras, em 2021 foram concluídas 72 obras, na sua maioria reformas e instalação de subestações, totalizando 15,7 milhões já investidos. De forma complementar, foram entregues equipamentos, mobiliários, laboratórios para as áreas específicas e atendimento do ensino remoto, com distribuição de chips, smartfones e tablets para alunos e professores da rede estadual de ensino.

MN: O ensino superior já está nos 224 municípios? Em quais ainda não tem educação superior?

EG: Sim. Ensino Superior está presente em todos os municípios por meio da expansão da Universidade Aberta do Piauí- UAPI.

MN: O senhor já falou recentemente, mas reafirmar qual o orçamento previsto de 2022? Há probabilidade de concurso público?

EG: Total da cota orçamentária Secretaria de Estado da Educação R$ 1.931.652.354,00 – PLOA 2022. Previsão de concursos para 2022, a oferta de vagas será avaliada de acordo com a demanda.

MN: Fala-se em replicar o modelo educacional de Sobral no Nordeste. A que distância está a educação do PI desse município cearense?

EG: Desde a década passada que o Ceará percebeu que precisava avançar na alfabetização na idade certa, para isso atuou junto aos municípios, motivando-os, adequando as leis do ICMS. O estado avaliou que corrigindo o tempo de alfabetização, o aluno tem menos chance de ter distorção na idade/série lá na frente. O Ceará fez essa aposta, começou em Sobral e vem dando muito certo.

Em 2021 o Piauí implantou esse trabalho em regime de colaboração com os municípios , estabelecendo a meta de alfabetizar o aluno até 7 anos de idade. A rede municipal é que cuida desse estudantes, porém com a parceria, o estado atua na implantação de políticas de incentivo às escolas, formação de professores, elaboração e distribuição de material pedagógico, beneficiando mais de 400 alunos.

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