Nesta quarta-feira (12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez duras críticas ao movimento bolsonarista e respondeu aos protestos e vaias recebidos de um grupo ligado à área de enfermagem durante seu discurso no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
"Já enfrentei a Ditadura e já enfrentei o bolsonarismo, não me preocupo", afirmou Barroso. Em seguida, ressaltou a importância da discordância e concordância em uma democracia conquistada: "Saio daqui com as energias renovadas pela concordância e discordância porque essa é a democracia que nós conquistamos."
Ele destacou o papel de derrotar a censura, a tortura e o bolsonarismo para garantir a democracia e a livre manifestação de todas as pessoas.
As declarações do ministro foram uma resposta aos manifestantes que protestaram contra ele no Congresso da UNE, vaiando-o e segurando uma faixa com os dizeres "Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016".
Decisão revista e anulada
No ano passado, Barroso suspendeu o pagamento do piso salarial da enfermagem aprovado pelo Congresso Nacional, alegando falta de detalhamento das fontes de custeio. No entanto, após o governo federal liberar mais de R$ 7 bilhões para os estados e municípios pagarem os valores, Barroso revogou a suspensão.
Em resposta às críticas, o ministro afirmou: "Fui eu que consegui o dinheiro para a enfermagem porque não havia recursos. Não tenho medo de vaias, pois temos um país para construir."
O Congresso da UNE está ocorrendo em Brasília até o dia 15 de julho, e Barroso participou da cerimônia de abertura do evento.
O ministro também ressaltou a importância de resistir a um golpe de Estado recentemente e reafirmou o compromisso com a história, a verdade plural e a obrigação de construir um país melhor e maior.
Até o momento, a assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não comentou as declarações de Barroso.
Pessoas próximas ao ex-presidente alegaram que a declaração de Barroso, "Nós derrotamos o bolsonarismo", seria uma confissão de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agiu contra Bolsonaro nas eleições de 2022.
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