Deltan Dallagnol, deputado cassado do Podemos-PR, respondeu às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, feitas no sábado (15/7). Dallagnol, que foi removido da Câmara dos Deputados por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que o ex-parlamentar agora poderia fundar uma igreja.
O ex-coordenador da Operação Lava Jato compartilhou sua resposta nas redes sociais, acusando o magistrado de ofender os cristãos, as instituições religiosas e todos os brasileiros que apoiam o combate à corrupção. Dallagnol classificou as palavras de Gilmar como um ato de intolerância religiosa.
Em sua declaração, Deltan expressou sua tristeza em ver um ministro do STF chegar a um nível tão baixo a ponto de atacar a fé das pessoas. Ele afirmou que talvez Gilmar não consiga entender o que é uma demonstração de amor, fé e compaixão por não viver o amor de Deus. Em resposta à provocação do ministro, Dallagnol declarou que prefere fundar uma igreja a fundar um clube de proteção aos mais corruptos e criminosos do Brasil.
"É triste ver um ministro do Supremo chegar a um nível tão baixo a ponto de atacar a fé das pessoas, em um ato de intolerância religiosa tão desprezível. Talvez, por não viver o amor de Deus, ele não consiga entender o que é uma demonstração de amor, fé e compaixão dos milhares de brasileiros que foram solidários naquela ocasião. E respondendo sua tosca provocação: eu prefiro fundar uma igreja do que fundar um clube de proteção aos mais corruptos e criminosos do Brasil", escreveu Dallagnol.
Gilmar Mendes ironizou a afirmação de Deltan sobre a "chuva de Pix" que ele diz ter recebido após deixar a Câmara, durante um evento do grupo Prerrogativas em homenagem ao ex-ministro Sepúlveda Pertence, falecido no início do mês aos 85 anos.
Além disso, o jurista também fez críticas à Lava Jato, que foi encerrada em 2021, e defendeu a necessidade de repensar o modelo atual de atuação do Ministério Público e da Justiça brasileira. Ele reiterou a importância do Ministério Público como uma instituição fundamental no combate à corrupção no país, mas destacou que não devem ser considerados o quarto poder e não devem desempenhar o papel de auxiliar do sistema político-partidário.