O material apreendido durante a Operação Spoofing, conduzida pela Polícia Federal (PF), trouxe à tona conversas que indicam negociações sigilosas entre o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e autoridades norte-americanas sobre as multas e penalidades por corrupção que seriam aplicadas à Petrobras. Surpreendentemente, a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão oficialmente responsável pelo caso, não teria sido envolvida no processo, contrariando a legislação vigente.
De acordo com as informações reveladas, os procuradores brasileiros e suíços mantiveram diálogos por mais de três anos, mas essas conversas nunca foram formalizadas. Em janeiro de 2016, Dallagnol teria se comunicado com autoridades suíças para informá-las sobre o andamento das negociações com as autoridades norte-americanas.
Posteriormente, tanto a Petrobras quanto os Estados Unidos (EUA) chegaram a um acordo que envolveu um desembolso de cerca de R$ 4 bilhões (equivalente a US$ 853,2 milhões na cotação atual) para que os EUA não processassem a empresa brasileira por corrupção.
Do montante acordado, 80% foi destinado ao Brasil, sendo que metade desse valor foi direcionado para um fundo privado que a própria Operação Lava Jato tentou estabelecer anteriormente, mas sem sucesso. Agora, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está conduzindo investigações para esclarecer os detalhes do caso.
A equipe do ex-deputado foi procurada para prestar esclarecimentos, mas até o momento da publicação desta matéria, não houve retorno. A revelação dessas negociações secretas traz à tona novas questões e desafios em relação à condução dos processos relacionados à corrupção envolvendo empresas nacionais e o papel das autoridades brasileiras e estrangeiras nessas negociações.
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