Nesta quarta-feira (14), o Conselho de Ética do Senado decidiu adiar a análise de uma representação protocolada pelos partidos Psol, PT e Rede Sustentabilidade contra o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ). As legendas apontam uma suposta ligação entre o parlamentar e milicianos no Rio de Janeiro.
A análise do caso era o segundo item na pauta desta quarta, que teve incluída outras 12 denúncias. Ao ler a acusação contra Flavio, o presidente do conselho, Jayme Campos (União Brasil-MT), interrompeu a fala declarando que retiraria o caso da pauta porque aguarda um parecer da advocacia do Senado sobre a questão.
De acordo com Campos, o caso voltará a ser discutido no próximo encontro, ainda sem data marcada.
O que aponta o requerimento
Na representação, o Psol afirma que a 'principal' acusação contra Flavio Bolsonaro seria a 'ligação forte' do parlamentar com paramilitares cariocas.
"São inúmeras as comprovações que denotam as íntimas relações do parlamentar com figuras centrais da milícia carioca, como é o caso da relação não escondida com o Capitão Nóbrega, morto no sertão da Bahia, na cidade de Esplanada", alegou a legenda.
Adriano de Nóbrega, citado no requerimento do Psol, era um miliciano que faleceu em fevereiro de 2020 após confronto com policiais na Bahia. A esposa de Adriano, Danielle Mendonça da Costa, e mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, eram funcionárias de Flavio Bolsonaro.
Segundo a denúncia apresentada ao Ministério Público, o miliciano estava envolvido no esquema de ‘rachadinha’, em que os servidores do senador destinavam a ele uma parcela de seus salários.