Balanço
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Não é trivial medir essa riqueza: o banco de dados do TSE com as declarações de patrimônio de pessoas que disputam eleições – única base de informações consolidadas sobre a riqueza dos políticos – é um instrumento incompleto, visto que está sujeito a erros e omissões dos candidatos e à não-atualização dos valores.
Ou seja: como as regras tributárias da Receita Federal permitem que uma pessoa declare parte de seus bens (como imóveis) de acordo com o valor pago na aquisição, não existe obrigatoriedade de corrigir esse patrimônio pelos valores de mercado até a data de sua venda, o que pode gerar grandes defasagens, como bem apontaram reportagens da Folha de S. Paulo e da Carta Capital. Fora isso, a imprensa já divulgou amplamente os casos de candidatos “falsos milionários”, que erram nos zeros quando preenchem a declaração de bens.
A declaração, no entanto, pode ser um bom ponto de partida. Foi a partir dela que a Folha identificou, no início de 2018, o crescimento anormal do patrimônio do clã Bolsonaro na política. Os dados do TSE, no entanto, revelam que a família do ex-capitão do Exército está bem longe das primeiras posições do ranking de políticos mais ricos do país.