Com trama revelada, defesa de Bolsonaro cria ordem para safá-lo da prisão

A operação da PF contra Zambelli pode revelar mais provas comprometedoras à liberdade do ex-presidente

Alvos da PF | Agência Brasil
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Após a operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvos a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Walter Delgatti Neto, conhecidos como o hacker da “Vaza Jato”, os advogados de Jair Bolsonaro (PL) adotaram uma estratégia de cautela. A avaliação é de que essa operação é mais perigosa para o ex-presidente por duas razões.

Primeiramente, a incidir sobre o conteúdo das mensagens trocadas entre Zambelli e Delgatti Neto, pois isso poderia implicar Bolsonaro, o governo e a campanha eleitoral, e até mesmo ameaçar o mandato dela.

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Em segundo lugar, a preocupação gira em torno do hacker, que estaria em negociação com a PF para uma delação premiada, oferecendo informações que poderiam comprometer de forma definitiva o ex-presidente, relacionando-o a uma suposta trama golpista nas eleições presidenciais de 2022.

Devido à interferência sobre o impacto dessa operação, as orientações para Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, são que evitem fazer declarações públicas e participar de eventos. A defesa do ex-mandatário decidiu que ele não será ouvido antes de serem divulgadas as declarações completas do hacker sobre o episódio.

Minimização da tentativa de golpe

Bolsonaro afirmou a aliados que não pediu nada Delgatti Neto além de informações e que não manteve contato com Zambelli por meses. Enquanto isso, a deputada tem afirmado à cúpula do PL que "não fez nada de errado" e que não teme novas provas contra ela ou Bolsonaro.

Zambelli já suspeitava há meses que seria alvo de uma operação da PF, especialmente depois de ser revelado seu papel na articulação de um encontro entre Bolsonaro e o hacker no Palácio da Alvorada para supostamente conspirar contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes.

Com o fim do governo Bolsonaro e o fracasso dos ataques golpistas em janeiro, aliados do ex-presidente passaram a temer conversar com Moraes, o que pode explicar a "limpeza" do gabinete de Zambelli pela PF, onde não foram encontrados computadores de uso parlamentar.

Um interlocutor do ex-presidente comenta que a prisão dela é apenas uma questão de tempo. Diante desse cenário, a cúpula do PL não pretende apoiar Zambelli no momento, como visto pela baixa presença de colegas de bancada em sua entrevista coletiva após a operação. A deputada aparentou estar abatida, surpreendendo os membros do partido que a acompanham diariamente.

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