Nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia uma importante jornada internacional com destino a Cuba, marcada por dores no quadril que o têm afligido. O líder petista passará dois dias na ilha caribenha antes de seguir para os Estados Unidos (EUA), onde desempenhará um papel destacado na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O propósito central de Lula durante esses compromissos é reforçar as prioridades diplomáticas do seu governo, focando especialmente na reforma da governança global e na intensificação dos esforços práticos para combater as mudanças climáticas.
O retorno do presidente ao Brasil está programado para o próximo dia 22 de setembro, e, no final deste mês, ele se submeterá a uma cirurgia no quadril. A intervenção cirúrgica visa aliviar as dores crônicas causadas por um quadro de artrose que vem afetando sua qualidade de vida desde a campanha eleitoral do ano passado, agravando-se nos últimos meses.
As dores, que têm um impacto negativo notável no humor e no desempenho do presidente, levaram ao cancelamento ou à adaptação de várias agendas presidenciais nas últimas semanas. A data prevista para a cirurgia é 29 de setembro, e o procedimento será realizado em um hospital particular em Brasília, o Sírio Libanês.
Durante seu período de recuperação, o presidente continuará despachando no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República, em estreita colaboração com sua equipe de governo. Estima-se que ele evite viagens longas por até seis semanas até sua total recuperação.
Após a recuperação, Lula encerrará sua agenda de viagens internacionais no final de novembro, quando está previsto seu deslocamento para Dubai, nos Emirados Árabes, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28).
União em Cuba para Influenciar a ONU
Em Cuba, Lula desempenha um papel significativo na cúpula de chefes de Estado do G77+China, uma coalizão de nações do chamado Sul Global que busca aumentar seu poder de negociação em relação às nações ricas tradicionais representadas no G7. Esta iniciativa está alinhada com os esforços de Lula para unir forças capazes de resistir às posições dos EUA e da Europa em questões relacionadas ao comércio e finanças internacionais.
O presidente petista tem dedicado seu primeiro ano de governo, neste terceiro mandato, para assumir um papel proeminente em diversos fóruns multilaterais, incluindo a presidência do G20 de dezembro de 2024 a novembro de 2025, a liderança no Mercosul e a futura presidência do Brics em 2025. Nesses contextos, Lula pressiona por ações globais voltadas para a transição energética, a erradicação da fome e a criação de uma nova ordem global.
Durante a Assembleia Geral da ONU, que se inicia em 19 de setembro, o presidente Lula buscará colher os frutos de seus esforços ao longo do ano e pressionará por pelo menos sinalizações de reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Este conselho, composto por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia como membros permanentes, todos com poder de veto, além de 10 vagas rotativas ocupadas por outros países, é considerado pelo presidente como um modelo obsoleto que remonta aos anos 1960 e incapaz de evitar conflitos, como a Guerra da Ucrânia.
Tradicionalmente, o presidente brasileiro faz o primeiro discurso na sessão de debates da Assembleia Geral e deve usar sua fala para apelar pelo fim do conflito europeu e por mudanças significativas nas finanças globais.
Aproveitando a presença de 193 chefes de Estado que compõem a ONU, Lula também planeja uma agenda de reuniões bilaterais, sendo um encontro confirmado com o presidente dos EUA, Joe Biden, com quem busca estabelecer uma aliança em defesa dos direitos trabalhistas.
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