Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) até 2030, o clã do ex-presidente e seus aliados mais próximos estão traçando uma estratégia política para garantir sua sobrevivência no cenário político. Essa estratégia envolve as eleições municipais, mas também já contempla planos para o pleito de 2026.
Os líderes do clã chegaram à conclusão de que é fundamental fortalecer a oposição ao petismo no Senado, mesmo que o presidente Lula não concorra à reeleição em 2026. Para isso, estão considerando lançar dois candidatos ao Senado: o filho número três do ex-mandatário, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que disputaria a vaga por São Paulo, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que poderia concorrer no Distrito Federal.
Já o filho número um de Bolsonaro, Flávio (PL), também planeja se candidatar à reeleição para o Senado em 2026. Se as três candidaturas forem confirmadas, a família Bolsonaro formaria uma bancada familiar para fortalecer a posição da direita na Casa, onde Lula atualmente possui maioria e aprova suas pautas com relativa facilidade.
Nas reuniões internas do Partido Liberal, os seguidores e aliados de Bolsonaro têm avaliado que os três têm boas chances de vitória, aproveitando o capital político do ex-presidente para impulsionar as chances da família. Nas últimas eleições, Bolsonaro venceu Lula no segundo turno tanto no Distrito Federal, onde Michelle disputaria a vaga, quanto em São Paulo, estado onde Eduardo concorreria. Em ambos os estados, aliados de Bolsonaro também foram eleitos para o Senado.
Mina de votos
Eduardo Bolsonaro acredita que, mesmo inelegível, seu pai continuará sendo um cabo eleitoral influente nas próximas eleições. "As aparições públicas dele continuam demonstrando sua relevância. A moral do presidente não está atrelada a diplomas na parede ou a títulos que ele ocupe, seja de deputado, senador ou presidente", declarou o deputado.
Paulo Kramer, cientista político que contribuiu para a formulação do plano de governo Bolsonaro na campanha de 2018, avalia que as candidaturas de Eduardo e Michelle podem sinalizar os rumos do bolsonarismo, indicando se o ex-presidente conseguirá consolidar-se como um polo aglutinador de diversas correntes da direita ou se tenderá a se enclausurar em um gueto ideológico.
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