Uma correição conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba reiterou a existência de uma "gestão caótica" relacionada ao controle dos recursos provenientes de acordos de delação premiada e leniência firmados pela Operação Lava Jato.
De acordo com informações do colunista do O Globo, Lauro Jardim, não há um inventário que demonstre a localização de todos os itens apreendidos, incluindo obras de arte, e foi impossível identificar diversos bens e recursos, incluindo aqueles confiscados no exterior.
Um relatório parcial da correição, divulgado em agosto, já evidenciava a desordem na 13ª Vara. A conclusão apontou para uma "gestão caótica" no controle dos valores provenientes dos acordos com o Ministério Público, homologados pelo ex-juiz e agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
Além disso, um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades na destinação de cerca de 22 bilhões de reais provenientes desses acordos. Segundo o órgão, os valores foram movimentados sem a devida transparência.
Os responsáveis pela operação buscaram criar um fundo bilionário com os recursos ressarcidos à Petrobras, que seria administrado pelos próprios procuradores, visando financiar "projetos de combate à corrupção".
Em uma audiência em setembro, o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU, destacou que os procuradores desejavam se tornar verdadeiros gestores públicos, mas não seriam cobrados pela responsabilidade exigida dos gestores.
"O que está ocorrendo é a transferência de patrimônio do Estado brasileiro para a gestão de agentes da lei. É disso que estamos tratando nesta tarde", afirmou na ocasião.
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