A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) abriu um processo contra o jornalista Luan Araújo, alegando que ele iniciou a confusão, que culminou em perseguição armada, antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, por não concordar com a ideologia política da parlamentar.
A queixa-crime foi protocolada na última quarta-feira (26/7) e trechos dela foram divulgados pela revista "Veja". Zambelli acusa Luan de iniciar a confusão e continuar promovendo ofensas contra ela, citando um artigo escrito pelo jornalista em que ele a descreve como integrante de uma "seita de doentes da extrema-direita" que comete "atrocidades atrás de atrocidades".
A defesa da parlamentar argumenta que o episódio foi traumático para ambos, mas não aceita que a vítima a ofenda. O Ministério Público discorda da acusação contra o jornalista, no entanto, o juiz Fabrício Reali Zia, da Vara Especial Criminal paulista, decidiu que não pode rejeitar os pedidos da deputada e determinou uma audiência preliminar.
Julgamento no STF
Na volta do recesso do Poder Judiciário, em agosto, o Supremo Tribunal Federal vai julgar se aceita denúncia contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O STF agendou para os dias 11 e 21 de agosto a data de julgamento do inquérito em desfavor da deputada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.
No processo, a relatoria é do ministro Gilmar Mendes. O Supremo vai analisar o processo e caso a acusação da Procuradoria Geral da República seja aceita, a deputada passará a ser ré em uma ação criminal. O processo em questão investiga o episódio em que a deputada, no período de véspera do segundo turno da eleição para presidente da República, no dia 29 de outubro, discutiu com um simpatizante do candidato petista, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, ela perseguiu o apoiador com arma de fogo em punho e o momento foi filmado e viralizou nas redes.
No incidente, que se tornou viral, Carla Zambelli sacou uma arma e correu atrás do jornalista. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), atribuem esse episódio à derrota nas eleições. Além disso, a parlamentar também responde a um processo no Supremo Tribunal Federal por porte ilegal de arma.