O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou nesta sexta-feira (1º) a visão de que o Brasil deve se posicionar como uma potência global na economia verde e transição energética durante sua participação na COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele faz parte da comitiva oficial liderada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando a união dos Poderes Executivo e Legislativo em prol da preservação ambiental.
"O mais importante é a presença do Brasil nesta conferência do clima para discutir os aspectos ambientais, a contenção do aquecimento global e a transição energética. A presença múltipla do Brasil — de vários segmentos e, em especial, do governo — é algo que devemos comemorar e celebrar. No pavilhão do Brasil, estão reunidos todos os segmentos com esse mesmo propósito. Por vezes, com pensamentos diferentes sobre o caminho a ser perseguido. Mas todo mundo tem o propósito de preservação do meio ambiente para o crescimento econômico sustentável", afirmou Pacheco.
Pacheco ressaltou a importância do evento como um palco para troca de ideias e iniciativas, expressando a esperança de que tais discussões impulsionem políticas que posicionem o Brasil na vanguarda da economia verde, transição energética e evolução sustentável. O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, também presente em Dubai, enfatizou a relevância da conferência, antecipando a próxima edição no Brasil, sediada em Belém (PA).
O senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado, considerou como um primeiro passo a decisão da COP 28 de destinar US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global. No entanto, ele observou que o Fundo de Perdas e Danos ainda é limitado. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou em Dubai que o uso de energias limpas pode agregar valor aos produtos brasileiros exportados.
"É um primeiro passo, mas o valor é pequeno. Fala-se mais da questão das catástrofes, mas não se fala da preservação. Entendo que os países mais pobres economicamente, mas que continuam preservando as florestas, sobretudo as tropicais, têm que ter reconhecimento da comunidade internacional. O carbono que é capturado faz bem ao planeta como um todo, e não apenas ao país que preserva. O fundo é limitado no valor e no foco, mas, de qualquer forma, vamos caminhar", disse.
Em Dubai, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que que o uso de energias limpas pode agregar valor a produtos produzidos e exportados pelo Brasil. "É uma grande vantagem comparativa, que precisa ser transformada em vantagem distributiva. Não só suprir o mundo com energia limpa, mas usar essa energia limpa para agregar valor aos nossos produtos, para exportarmos produtos que não sejam carbono-intensivos. O Brasil está aqui para trazer seu compromisso e sua prática com a descarbonização das economias", garantiu.
Ao lado de Marina Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou as iniciativas do Poder Executivo para mitigar o impacto do consumo de combustíveis fósseis no Brasil, incluindo projetos de lei sobre regulação do mercado de hidrogênio, crédito de carbono e produção de energias renováveis. Lula, Pacheco e outros membros da comitiva se reuniram com o secretário-geral da ONU, António Guterres, discutindo temas como a gestão brasileira na presidência do G20 e a candidatura do Brasil para sediar a COP 30 em Belém. Durante o encontro, Pacheco comprometeu-se a compartilhar com a ONU o marco de regulação da inteligência artificial em discussão no Senado.
"O problema do consumo de combustível fóssil persiste. É verdade, o problema existe e ninguém está negando. Mas é preciso pressa para aprovar esses marcos regulatórios que vão ser muito importantes. Há quase uma dúzia de (projetos de) leis de iniciativa do atual governo. Sabemos que estamos correndo contra o relógio e que o Brasil ficou parado muito tempo. Penso que devemos jogar luz sobre as soluções que estão sendo apresentadas", afirmou. (Fonte: Agência Senado)