Bolsonaro aposta em estratégia controversa para enfrentar delação de Mauro Cid

O ex-presidente não mede esforços para desacreditar as iminentes revelações de seu ex-aliado

Mauro Cid e Jair Bolsonaro | Reprodução
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está adotando uma estratégia para rebater a delação premiada de ex-tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, alegando que Cid não participava das reuniões que mantinha com os comandantes das Forças Armadas devido a sua perdida patente de tenente-coronel. Bolsonaro argumenta que Cid recebia os líderes militares, organizava sua acomodação no Palácio e depois se retirava das reuniões.

Essa versão é parte dos esforços de Bolsonaro para desacreditar a delação de Cid, que relatou à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente se encontrou com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica após as eleições de 2022 para discutir um suposto plano golpista.

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Segundo Cid, Bolsonaro teria recebido uma minuta com um rascunho de um documento relacionado ao plano golpista. Investigadores da Polícia Federal estão apurando se esse documento é o mesmo encontrado durante uma busca na casa do ex-ministro Anderson Torres.

A "minuta do golpe" seria uma proposta de decreto para que Bolsonaro declarasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto ainda era presidente, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente.

Além disso, Cid afirma que, após receber a minuta, Bolsonaro convocou uma reunião com os comandantes das Forças Armadas, na qual consultou-os sobre a possibilidade de uma intervenção militar para que ele permanecesse no cargo, mesmo após a derrota nas eleições.

Enquanto o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado o plano golpista, o comando do Exército teria rejeitado a proposta.

As defesas de Cid e Bolsonaro se manifestaram sobre o assunto. A defesa de Cid afirmou que não possui os depoimentos mencionados, que são sigilosos, e, portanto, não confirma seu conteúdo. Por sua vez, os advogados de Bolsonaro destacaram que o ex-presidente "jamais compactuou" com qualquer ação golpista, sempre atuando dentro dos limites da Constituição Federal e do Estado Democrático de Direito.

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