O senador Marcos do Val (Podemos-ES) tem manifestado sua insatisfação em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado, devido à presença de fotos íntimas (nudes) suas no inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado. O senador considera um "absurdo" que essas imagens estejam incluídas no processo relatado por Moraes.
Este caso surge após o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal (PF) na quarta-feira (12/9). Do Val prestou depoimento à PF para fornecer explicações sobre o mencionado plano de golpe de estado, que supostamente envolveria o ex-deputado Daniel Silveira, atualmente preso desde fevereiro, o ex-presidente e o próprio senador, que solicitou um afastamento do cargo alegando razões médicas.
Há aproximadamente um mês, em 15 de junho, a PF obteve autorização do ministro Alexandre de Moraes para realizar uma operação de busca e apreensão em três endereços ligados ao senador. Os locais incluem sua residência em Vitória, ES, sua residência em Brasília e seu gabinete no 18º andar do Anexo 1 do Senado. A operação ocorreu no dia do aniversário de 52 anos de Marcos do Val.
O senador está sob investigação por suposta tentativa de golpe de estado, suspeita de obstrução da investigação dos atos golpistas, divulgação de documentos sigilosos e publicação de ofensas e ameaças ao Suprema Corte. Durante a visita da polícia, um pacote contendo um computador, celular, pen drives e documentos de Marcos do Val foi apreendido.
As origens dessa investigação estão relacionadas às declarações feitas pelo senador durante uma transmissão ao vivo em fevereiro, quando ele alegou que Bolsonaro tentou coagi-lo a participar de um golpe de estado. Posteriormente, em uma entrevista à revista Veja, o senador afirmou que havia participado de uma reunião com Bolsonaro e Daniel Silveira em dezembro do ano anterior.
De acordo com Do Val, o plano envolvia inicialmente a gravação de conversas com Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A intenção era obter evidências que pudessem ser usadas para anular as eleições, já que a gestão Bolsonaro estava supostamente buscando minar o processo eleitoral nacional.
O senador chegou a anunciar que renunciaria, mas não cumpriu a proposta. Durante seu depoimento à PF em fevereiro, Marcos do Val atribuiu a Daniel Silveira a ideia de gravar Moraes, mas alegou que Bolsonaro não se opôs à proposta. Entretanto, durante o depoimento, ele enfrentou dificuldades ao não se lembrar do local da reunião, variando entre o Palácio do Jaburu, o Palácio da Alvorada e o Palácio do Planalto.
Em junho, o senador também foi alvo de uma operação de busca e apreensão da PF após divulgar informações confidenciais de um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em suas redes sociais no dia 12 de junho.
Para mais informações, acesse Meionorte.com