O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, preso preventivamente nesta quarta-feira, 09 de agosto, em suspeita de envolvimento em interferências nas eleições do ano passado, protagonizou um momento de tensão durante uma reunião urgente convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 30 de outubro, data do segundo turno das eleições no Brasil. Segundo informações relatadas na coluna do jornalista Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo, Vasques tentou intimidar Moraes ao comparecer à reunião acompanhado de indivíduos ostensivamente armados.
O encontro tinha como propósito esclarecer os motivos por trás dos bloqueios rodoviários implementados para fiscalizar ônibus que transportavam eleitores até seus locais de votação. Esses bloqueios ocorreram especialmente na Região Nordeste, onde está concentrada grande parte do eleitorado do Partido dos Trabalhadores (PT) e do presidente e à época candidato, Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme detalha Gaspari, “Vasques repetiu a patranha de que se tratava de uma operação para fiscalizar pneus carecas de ônibus. O magistrado, ex-secretário de Segurança de São Paulo, não entrou na discussão dos pneus e surpreendeu Vasques dizendo, com todas as palavras, que se ele não retirasse imediatamente os bloqueios seria preso” .
Os bloqueios foram então desativados, o ex-diretor da PRF deixou seu cargo e se aposentou aos 47 anos. O episódio de tentar interferir em um processo eleitoral pode ter sido uma iniciativa calculada. No entanto, a entrada no gabinete de Moraes acompanhado por um grupo armado se mostrou um erro, pois acabou por intimidar a pessoa errada.