Apoiadores de Milei usam estratégia de Trump e Bolsonaro para alegar fraude

Essa tática de desconfiança eleitoral tem sido usada por candidatos de extrema-direita globalmente

Donald Trump, Javier Milei e Jair Bolsonaro | Reprodução
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Apoiadores do candidato de extrema-direita, Javier Milei (do partido “A Liberdade Avança”), têm disseminado informações falsas sobre uma suposta fraude eleitoral no pleito do último domingo (22) na Argentina, no qual Milei ficou atrás do governista Sergio Massa (do partido “Frente de Renovação”) no primeiro turno. Essa estratégia é semelhante à tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, culminando na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.

Milei recebe aconselhamento de Fernando Cerimedo, um influenciador argentino que, no ano passado, produziu informações mentirosas incluídas em um relatório apresentado pelo partido de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na tentativa de anular o segundo turno.

Desde o fim de semana, publicações em português no Telegram e no X (antigo Twitter) têm espalhado diversas mentiras para tentar justificar o resultado do primeiro turno na Argentina, incluindo alegações de rasuras em cédulas de Milei e cédulas supostamente descartadas, entre outras.

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Post de WhatsApp mostra mulher segurando cédulas de Milei dentro de um carro | Foto: Aos FatosEssas alegações foram identificadas também pelo Chequeado, uma organização de checagem de fatos da Argentina. Em uma reportagem recente sobre Fernando Cerimedo, o site ressalta a semelhança dessa estratégia com a utilizada por Bolsonaro e Trump para questionar os resultados eleitorais.

É importante destacar que a alegação de que cédulas com rasuras ou rasgos são inválidas é falsa de acordo com a legislação eleitoral argentina, que estabelece que a cédula é válida desde que as informações do candidato estejam intactas. As alegações sobre cédulas descartadas também não provam fraude, uma vez que os eleitores argentinos montam seus votos com encartes de papel nas "salas escuras" e, por fim, inserem esses votos em envelopes específicos.

Imagem mostra exemplos de publicações que alegaram a ocorrência de fraude nas eleições na Argentina em 2023 | Foto: Aos FatosEssa tática de desconfiança eleitoral tem sido usada por candidatos de extrema-direita globalmente, como Donald Trump (Republicanos) nos EUA. A diferença nos resultados entre o primeiro turno e as primárias na Argentina não é prova de fraude, e situações similares ocorreram em eleições anteriores no país.

Massa e Milei disputarão o segundo turno em 19 de novembro, e é crucial destacar que Milei também tentou disseminar boatos sobre planos de fraude eleitoral em mais de uma ocasião, reforçando uma estratégia semelhante à utilizada por Bolsonaro e Trump.

Para mais informações, acesse MeioNorte.com

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