Aos 80 anos, o empresário Mário Ari Luft, fundador do renomado Grupo Luft, um dos principais players no setor logístico brasileiro, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, 24. O mandado de busca e apreensão tem como base a suspeita de financiamento e liderança em manifestações antidemocráticas ocorridas em 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas. Até o momento da publicação, não houve resposta do empresário às tentativas de contato feitas por meio de sua empresa.
A PF realizou três mandados de busca e apreensão, sendo dois deles direcionados a empresários de Barueri, interior de São Paulo. Mário Luft é identificado como um dos alvos, enquanto a identidade do outro empresário, que também possui vínculos com o Grupo Luft, permanece não revelada. Essas ações são uma extensão da 23ª fase da Operação Lesa Pátria e foram executadas nesse dia específico por conveniência investigativa.
Natural de Santa Rosa (RS), Mário Luft estabeleceu a empresa logística em 1975, com foco no transporte de cargas e armazenagem para setores como agronegócio, saúde e varejo. As investigações apontam que o empresário teria financiado ônibus para transportar manifestantes até Brasília e desempenhado um papel ativo na orientação de movimentos golpistas, em colaboração com outras lideranças. O Grupo Luft foi questionado pela reportagem e não emitiu resposta.
A PF, em comunicado, informou que os fatos sob investigação possivelmente configuram crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime. As investigações estão em andamento, e a Operação Lesa Pátria é uma iniciativa contínua, com atualizações periódicas sobre mandados judiciais e capturas.