Ao Meio, presidente do STF admite ponto de tensão com julgamentos do 08/01

Até o momento o Supremo já sentenciou 216 pessoas pela participação nos atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro, as penas variam de 3 a 17 anos de prisão.

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Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, disse que o Brasil caminha para uma pacificação | Thiago Amaral/Agência Brasil

Em entrevista após proferir palestra em Teresina, capital do Piauí, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, indicou que a democracia do Brasil vive um momento de 'estabilidade', acreditando já ser possível cravar uma 'normalidade' no país. No entanto, o ministro admitiu que ainda há um ponto de tensão. 

"O Brasil vive sim um momento de estabilidade. (A democracia) Foi colocada a prova recentemente e passou no teste com algum sobressalto. A democracia tem espaço para liberais, para conservadores, para progressistas. Eu não temo nem me impressiono com nenhum ambiente em que as pessoas estejam dispostas a respeitar as regras do jogo e a respeitar as instituições. Mas o que acho que o país acalmou, ainda vive um pouco de tensão em razão dos julgamentos relativos às invasões de 8 de janeiro, pouco ainda das investigações relativas à aparente tentativa de golpe de estado, preciso verificar os fatos e as provas, mas eu acho que é decrescente a tensão", pontuou.

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Até o momento o Supremo já sentenciou 216 pessoas pela participação nos atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro, as penas variam de 3 a 17 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República ofereceu cerca de 1,4 mil denúncias. Apesar dessa 'tensão', Barroso crê que logo será possível alcançar a pacificação nacional

"Acho que nós já voltamos à normalidade e acho que em breve nós vamos conseguir uma pacificação da sociedade brasileira. A pacificação não significa que as pessoas mudarem de lado nem mudarem de ideia. Significa apenas uma certa elevação da civilidade para que as pessoas voltem a se tratar com respeito e consideração. Acho que esse é o grande passo que nós temos que dar", indicou. 

Perda de civilidade 

O ministro do STF deixou claro que a pacificação não está relacionada a uma opinião uníssona, mas sim a uma pluralidade de posições, desde que haja uma civilidade, que ele considera que o Brasil perdeu uma 'parte' nos últimos anos. 

"Ninguém precisa mudar de opinião, mas o respeito e consideração fazem parte da vida civilizada e isso se perdeu em parte no Brasil e nós precisamos resgatar".

Condução de Carmen Lúcia no TSE

Barroso ainda rasgou elogios à colega de STF, ministra Carmen Lúcia, que assumiu na última semana o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que assim conduzirá as eleições municipais deste ano. 

"Acho que o Tribunal Superior Eleitoral está muito bem presidido nas mãos da ministra Carmen Lúcia. É uma pessoa experiente, com grande sensibilidade política, firme. Há regulação adequada no TSE para enfrentar alguns dos desvirtuamentos que podem ocorrer. E de modo que eu estou muito tranquilo", concluiu.



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