A nova prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na última sexta-feira (22), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem sido interpretada pela cúpula das Forças Armadas como um reforço na responsabilização individual dentro da investigação sobre a trama golpista. A detenção foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares e obstrução da Justiça, segundo entendimento do magistrado.
Para militares do Alto Comando, a prisão de Mauro Cid afasta as suspeitas sobre ruptura institucional das Forças Armadas, focando na responsabilidade individual do tenente-coronel. Eles destacam que as investigações têm avançado para demonstrar que as ações partiram de indivíduos específicos, não da instituição como um todo. Além disso, a colaboração dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, que confirmaram o envolvimento de Bolsonaro na trama golpista, contribuiu para a imagem das Forças.
No mesmo dia da prisão, o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Janja da Silva, em sua residência para um jantar. O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, também estava presente junto com almirantes. Durante o encontro, que teve um clima informal, foram discutidos assuntos relacionados ao lançamento do Submarino Tonelero, previsto para ocorrer na próxima quarta-feira em Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde Janja será madrinha de batismo do novo submarino.
A nova prisão de Mauro Cid aconteceu após a divulgação de áudios nos quais ele critica a conduta da Polícia Federal (PF) e de Moraes em seu acordo de delação premiada. Entretanto, em audiência no STF, o tenente-coronel negou ter sido coagido a falar, reiterando o teor de sua delação. Apesar disso, o comandante do Exército, Tomás Paiva, já decidiu vetar a promoção de Cid à patente de coronel, embora ele deva manter seu cargo e salário bruto atual, de R$ 27 mil, enquanto não houver condenação na Justiça.
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