O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (11) que há "90%" de chance ter o general Walter Souza Braga Netto como candidato a vice-presidente em sua chapa nas eleiçõces de 2022.
Ex-interventor federal no Rio de Janeiro, Braga Netto esteve à frente de dois ministérios no governo Bolsonaro: Casa Civil e Defesa. No mês passado, ele deixou o comando do Ministério da Defesa para assumir o cargo de assessor especial de presidente.
A legislação eleitoral determina a saída dos ministros que vão disputar as eleições. O nome técnico é "desincompatibilização", e a medida deve acontecer até seis meses antes do pleito. O primeiro turno deste ano está marcado para 2 de outubro.
"O meu vice atualmente é um general de Exército. Então, pode ser que eu continue [com um general] como vice. Pode ser — não estou batendo o martelo aqui — [que a chapa seja] com um outro general de Exército também. Isso pode acontecer. Isso dá credibilidade à nossa chapa, respeitabilidade à mesma", declarou o presidente em entrevista exibida nesta segunda-feira pelo Grupo Liberal.
Questionado, então, se há "99% de chance" de o candidato a vice ser Braga Netto, o presidente respondeu: "Noventa por cento Braga Netto. Pronto, fechou. Noventa por cento o Braga Netto. Está fechado aí."
Atuação no governo Bolsonaro
Braga Netto é militar da reserva e chegou ao posto de general de Exército (quatro estrelas), o topo da carreira. Ele foi interventor federal da segurança pública no Rio de Janeiro, ainda no governo do presidente Michel Temer.
Com Bolsonaro no Planalto, Braga Netto se tornou ministro da Casa Civil em 2020, no segundo ano de governo. Foi responsável por um comitê de ministérios que deveria gerir a resposta do governo à pandemia, que levou mais de 660 mil pessoas à morte no Brasil.
Em março de 2021, Braga Netto foi deslocado para o Ministério da Defesa, onde permaneceu até 31 de março. Ao assumir a pasta, o general, considerado um dos nomes mais fiéis da Bolsonaro no governo, trocou os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Braga Netto foi substituído na Defesa pelo antigo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira. O ex-ministro foi nomeado como assessor do gabinete de Bolsonaro, cargo que só exige a saída três meses antes das eleições.