O bar onde o casal de brasileiros Jefferson Gomes e Luís Almeida foi agredido em Portugal, disse em nota, sem mencionar diretamente as agressões, que o casal ocasionou destruição das portas e da fachada do estabelecimento, e que vai apurar o fato, dando a entender uma preocupação material. Jefferson e Luís estavam no local quando foram vítimas de violência física e tortura por parte de um segurança.
No dia do incidente, madrugada de 22 de maio, o casal estava na companhia de uma prima. Toda a confusão começou no momento em que o trio ia embora. O bar já estava fechando e Jefferson voltou para usar o banheiro. Como ele demorou, Luís tentou entrar para buscá-lo, mas foi impedido pelos seguranças.
O casal relata que os seguranças começaram a empurrá-lo e que Jefferson e a prima de Luís foram agredidos ao tentar defendê-lo. Jefferson afirma desconhecer se a violência foi motivada por sua orientação sexual, pela cor do seu namorado ou por sua nacionalidade.
"Depois de encerrado o Titanic, verificaram-se cenas de violência física no exterior do espaço, que acabaram com o apedrejamento e consequente destruição das portas de vidro da esplanada. O Titanic já comunicou a ocorrência à polícia e vai envidar todos os esforços para que este tipo de situação, que consideramos ser de extrema gravidade, não se volte a verificar", diz trecho da nota.
Questionado sobre a nota do estabelecimento, Jefferson admitiu que jogou uma pedra na frente do local, quebrando um vidro da fachada do bar. Neste momento, segundo ele, as agressões se intensificaram.
"Começou, então, uma cena de horror na qual eu fui afogado no rio Tejo, torturado e agredido. A todo momento eles gritavam que iam me matar. Só pararam quando a polícia chegou", relatou Jefferson em um vídeo enviado ao G1.
A nota do bar cita a depredação da fachada, mas não a reação dos seguranças, e diz que tem gravações de tudo o que aconteceu. "O Titanic tem as filmagens das câmaras dentro do espaço e na zona da esplanada onde ocorreram estes incidentes e vai fazer o seu papel para apurar responsáveis. Condenamos todo e qualquer tipo de violência".
Com o nariz fraturado, Jefferson precisou ser levado ao hospital e passar por cirurgia. Para o casal, as agressões podem ter sido motivadas por homofobia ou xenofobia. O bar, contudo, nega qualquer ato motivado por preconceito.
"Ao longo dos vários anos da sua atividade, sempre promoveu a diversidade e a tolerância que a música e outras actividades artísticas, no seu melhor, permitem e enaltecem. Temos no nosso currículo variadíssimos eventos de artistas de toda a proveniência, incluindo anos com samba e forró a ocorrerem até hoje todas as semanas. Temos também várias festas na nossa história afectas a cultura e ao próprio movimento LGBTQI+, incluindo várias no nosso futuro. Trabalhamos com amor pela pessoa próxima e pela música, tratamos todos os que vêm por bem por igual. Assim continuará", encerra o comunicado.
Com medo de novos episódios de violência, o casal deixou a capital de Portugal e espera que a polícia investigue e puna os responsáveis pela violência sofrida.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA
Na madrugada de 21 para 22 de Maio deste ano e depois de encerrado o Titanic verificaram-se cenas de violência física no exterior do espaço, que acabaram com o apedrejamento e consequente destruição das portas de vidro da esplanada. O Titanic já comunicou a ocorrência à polícia, e vai envidar todos os esforços para que este tipo de situação, que consideramos ser de extrema gravidade, não se volte a verificar, e também para que os factos venham ao de cima.
O Titanic tem as filmagens das câmaras dentro do espaço e na zona da esplanada onde ocorreram estes incidentes e vai fazer o seu papel para apurar responsáveis. Condenamos todo e qualquer tipo de violência. O Titanic Sur Mer é um espaço de celebração, festa, unidade e pluralidade. Ao longo dos vários anos da sua actividade sempre promoveu a diversidade e a tolerância que a música e outras actividades artísticas, no seu melhor, permitem e enaltecem.
Temos no nosso currículo variadíssimos eventos de artistas de toda a proveniência, incluindo anos com samba e forró a ocorrerem até hoje todas as semanas. Temos também várias festas na nossa história afectas a cultura e ao próprio movimento LGBTQI+, incluindo várias no nosso futuro. Trabalhamos com amor pela pessoa próxima e pela música, tratamos todos os que vêm por bem por igual. Assim continuará.
CONFIRA O RELATO DE JEFFERSON