Seis meses após a morte de cinco pessoas da família Pesseghini, a Polícia Civil de São Paulo ainda não concluiu a investigação sobre os crimes ocorridos em 5 de agosto de 2013, na Brasilândia (zona norte da capital paulista), e diversas versões para as mortes marcam o caso até aqui.
No dia seguinte aos crimes, a polícia já apresentava como principal linha de investigação a possibilidade de o estudante Marcelo Pesseghini, 13, ter assassinado a tiros o pai, Luís Marcelo Pesseghini, 40, sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar), a mãe, Andréia Bovo Pesseghini, 36, cabo da PM, a avó Benedita Bovo, 67, e a tia-avó Bernadete Bovo, 55, antes de se suicidar na Vila Brasilândia.
O delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), diz que, para concluir o caso, a polícia ainda aguarda a devolução do inquérito, remetido à Justiça no fim do ano passado.
"Na prática, não tem mais nada para fazer. Assim que a Justiça devolver [o inquérito], vamos reanalisá-lo, ver se tem mais algo a fazer e concluí-lo, seguindo a principal linha de investigação", afirma o delegado.
Pelo Código de Processo Civil, a investigação deve ser concluída em 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. "Inquérito não tem prazo. Há casos de cinco, seis, oito, dez anos. Não tem prazo. Tem que fazer o negócio bem feito", diz o delegado.
De acordo com Franco, o único material que falta é o resultado da quebra de sigilo telefônico da família. Um laudo revelou que, antes de morrer, Marcelo ligou dez vezes para uma mesma pessoa.
Caso controverso
Laudos da polícia mostraram que, após matar os pais, a avó e a tia-avó, Marcelo foi até a escola dirigindo o carro da mãe, levando uma mochila com papel higiênico, peças de roupas, uma faca, um revólver e R$ 350 em dinheiro. Depois de assistir às aulas, o adolescente teria voltado para casa de carona e cometido suicídio.