Saiba quem são os sócios de fintechs presos por suspeita de fraudar R$ 7,5 bi

Ao todo, a PF cumpriu 10 mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão em 15 cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Patrick Burret e José Rodrigues | Reprodução
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A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) prendeu, nesta quarta-feira (28), 14 pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes financeiras que movimentou R$ 7,5 bilhões. Entre os detidos estão Patrick Burnett e José Rodrigues, sócios dos bancos digitais Inovebanco e T10 Bank, respectivamente, ambos investigados por oferecerem contas irregulares. As fintechs atuavam sem autorização do Banco Central no Sistema Financeiro Nacional.

Patrick Burnett 

Presidente do Inovebanco, se apresenta como um empresário focado em soluções financeiras inovadoras. De acordo com seu perfil no Linkedin, ele cursou economia na PUC-Campinas e fundou diversas empresas que compõem o Inove Global Group. Burnett também ocupa um cargo voluntário de curador de inovação no Grupo de Líderes Empresariais (LIDE). O Inovebanco é descrito como uma instituição que oferece serviços como maquininhas de cartão, seguros e gestão de recebíveis.

José Rodrigues

Advogado e proprietário do escritório Plácido e Rodrigues em Campinas, além de fundador do T10 Bank. Ele também é suplente de deputado federal pelo PP e possui um perfil ativo nas redes sociais, onde compartilha fotos de viagens e promove seus serviços como advogado empresarial. O T10 Bank se apresenta como uma solução digital voltada para empresários brasileiros, criada por alguém com mais de 20 anos de experiência no setor.

O que ofereciam?

A investigação aponta que as fintechs ofereciam contas digitais para clientes com dívidas elevadas e bloqueios tributários, permitindo que eles movimentassem valores sem serem detectados pelo Sistema Financeiro Nacional. Um dos clientes, por exemplo, possuía R$ 254 milhões em débitos inscritos na dívida ativa da União. O esquema envolvia o uso de contas jurídicas em bancos comerciais tradicionais, o que dificultava o rastreamento das transações.

Mandados

Ao todo, a PF cumpriu 10 mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão em 15 cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A maioria das prisões ocorreu em Campinas, mas houve detenções também em São Paulo, Ilhabela, Sorocaba e Americana. A operação resultou no bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas à organização criminosa e na suspensão das atividades de 194 empresas usadas para disfarçar as transações irregulares.

Envolvidos

A Justiça também cancelou registros de advogados e contadores envolvidos no esquema, além de autorizar a suspensão das atividades de várias empresas. Entre os materiais apreendidos estavam malotes de dinheiro, que foram encaminhados à sede da PF em Campinas. As sedes dos bancos digitais irregulares e de instituições administradoras de cartão de crédito foram alvos de busca e apreensão.

Crimes

Os envolvidos responderão por uma série de crimes, incluindo gestão fraudulenta de instituições financeiras, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa. A operação, chamada "Concierge", faz referência à oferta de serviços clandestinos para ocultação de capitais.

Sanções

Com o avanço das investigações, a PF e a Receita Federal continuam a aplicar sanções fiscais e buscar mais informações sobre o esquema. A operação mobilizou 200 policiais federais, que seguem trabalhando na análise do material apreendido e no rastreamento de novas evidências que possam levar a outros envolvidos no caso.

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