Recém-nascidos morrem durante superlotação de UTI após falta de recursos

Segundo a Santa Casa, a Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa), que mantém a unidade de saúde, está operando com déficit de R$ 1,5 milhão por mês.

Recém-nascidos morrem durante superlotação de UTI após falta de recursos | Reprodução/TV Anhanguera
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Dois recém-nascidos morreram durante a situação de superlotação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis, em Goiás. De acordo com a própria instituição, o hospital não está recebendo novos pacientes por falta de recursos, mantendo apenas os que já estão no local. A calamidade resultou no óbito de dois bebês.

"Infelizmente tivemos três emergências obstétricas, que nasceram três bebês prematuros, praticamente ao mesmo tempo, e concomitante a falta de vagas na UTI no momento", disse a coordenadora da UTI neonatal Greice Guedes à TV Anhanguera.

Segundo a Santa Casa, a Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa), que mantém a unidade de saúde, está operando com déficit de R$ 1,5 milhão por mês. Por isso, a unidade informou que o Ministério Público está processando a Prefeitura de Anápolis e o Governo de Goiás para que ambos ajudem a custear parte da operação, que atualmente está sendo praticamente mantida apenas com os recursos repassados pelo Governo Federal. 

A Secretaria de Saúde de Goiás afirmou à reportagem que possui um plano de "fortalecimento (cofinanciamento) para a Santa Casa de Anápolis e que repassa financeiramente valores para o município para diversos serviços oferecidos realizados pela instituição".

O governo de Goiás ainda pontuou que o "acesso aos hospitais da rede estadual acontece por meio do Complexo Regulador Estadual e, caso haja necessidade de transferência de pacientes, a SMS deverá fazer a solicitação no sistema de regulação de vagas".

O Padre Clayton Bergamo explicou ainda à reportagem que, ao fazer parte do Sistema Único de Saúde (SUS), o financiamento da Santa Casa é composto 50% por parte da União, 25% por parte do Estado de Goiás e 25% por parte do município que utiliza a rede. No entanto, ele afirma que o que deveria estar vindo do município, não está.

"Desses municípios, Anápolis é 80% do que nós produzimos. O que deve vir da União, vem. O que deve ir do estado, vem, e só não vem mais por obstáculos colocados pelo próprio município. O que é para vir do município, não vem", disse o diretor à TV Anhanguera.

NOTA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE GOIÁS

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) esclarece que possui junto ao município de Anápolis um plano de fortalecimento (cofinanciamento) para a Santa Casa de Anápolis. A SES repassa financeiramente valores para o município, para diversos serviços realizados na instituição, conforme precificação da produção e serviços ofertados. O município é responsável pelo repasse à Santa Casa.

A SES informa ainda que os repasses estão atualizados e em dia, e neste ano, já foram repassados R$4.567.597,69 para o Fundo Municipal de Saúde de Anápolis, para custeio da unidade hospitalar, sendo o último repasse realizado em 23 de maio de 2023 no valor de R$864.738,05.

A pasta esclarece ainda que os repasses destinados para a Santa Casa de Anápolis tem como objetivo fortalecer a Atenção Regionalizada, ampliando os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde na Região de Saúde Pireneus, composta por 10 municípios. A SES-GO também conta com outras dois hospitais próprios na região, sendo o Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo e o Hospital Estadual de Pirenópolis Ernestina Lopes Jaime, destinados aos atendimentos em média e alta complexidade.

Por fim, a SES-GO informa que o acesso aos hospitais da rede estadual acontece por meio do Complexo Regulador Estadual e, caso haja necessidade de transferência de pacientes, a SMS deverá fazer a solicitação no sistema de regulação de vagas.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES