A Justiça determinou a prisão temporária de três pessoas suspeitas de envolvimento na morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, desaparecido desde o dia 16 de maio, após participar de uma reunião de negócios em Cravinhos (SP). A principal linha de investigação aponta que Nelson foi assassinado a tiros durante o encontro e teve o corpo jogado em um rio na região de Miguelópolis, interior de São Paulo.
Os mandados de prisão foram expedidos contra Marlon Couto Paula Junior, proprietário de uma empresa de suplementos alimentares; sua esposa, Marcela Silva de Almeida; e Tadeu Almeida Silva. Segundo a Polícia Civil, os três estão foragidos.
De acordo com as investigações, Marlon seria o autor do disparo que matou o empresário. Tadeu teria presenciado o crime, ajudado na ocultação do corpo e levado o carro de Nelson até a capital paulista, onde o abandonou. Marcela, por sua vez, teria acompanhado Marlon até São Paulo para buscar Tadeu após a ocultação do cadáver.
A decisão judicial, assinada pelo juiz Rodrigo Brandão Sé, foi baseada no depoimento de Tadeu à Polícia Civil, em que ele detalhou a dinâmica do homicídio e indicou o local onde o corpo teria sido descartado. O magistrado também destacou o comportamento frio de Marlon ao interagir com a esposa da vítima na delegacia, supostamente tentando sustentar uma falsa narrativa de desaparecimento.
Além dos mandados de prisão, a Justiça autorizou seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Tadeu, incluindo residência, escritório e sítio.
Defesa
O advogado de Tadeu, Rodrigo Savério, confirmou que seu cliente confessou ter presenciado o homicídio e ajudado a esconder o corpo. Ele também afirmou que Tadeu dirigiu o carro da vítima até São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram um homem com boné semelhante ao de Nelson próximo ao local onde o veículo foi abandonado, na zona Norte da capital.
Já a defesa de Marlon, representada pelo advogado Nathan Castelo Branco, disse que ele está em viagem de negócios e que deve se apresentar à polícia para prestar esclarecimentos.
Vestígios de sangue
A perícia realizada pela Polícia Científica encontrou vestígios de sangue na empresa onde Nelson esteve no dia do desaparecimento. O delegado Sebastião Picinato informou que os indícios foram revelados com o uso de luminol, um reagente químico utilizado em ambientes escuros para identificar sangue, mesmo que o local tenha sido limpo.
“Encontramos marcas em uma mangueira, um rodo e no ralo. O piso foi lavado e pintado com tinta epóxi para mascarar os vestígios, mas não há dúvidas de que o crime ocorreu dentro da empresa”, afirmou Picinato.
A operação contou com apoio da CPFL para o desligamento da energia elétrica da rua, já que o exame com luminol é mais eficiente em ambientes totalmente escuros.
Desaparecimento
Nelson saiu de São Paulo na manhã do dia 16 de maio rumo a Cravinhos para uma reunião de negócios. Ele foi visto pela última vez por volta das 14h20. Segundo a esposa, o último contato ocorreu às 12h57. Após esse horário, ela não conseguiu mais se comunicar com o marido.
Horas depois, o carro do empresário foi identificado por radares e câmeras de segurança em diferentes pontos do estado, incluindo a Avenida Engenheiro Caetano Álvares, na zona Norte de São Paulo, às 19h09 do mesmo dia. O veículo foi abandonado na Rua Clara de Oliveira e localizado pela polícia na manhã seguinte, sem sinais de arrombamento ou roubo.
As buscas pelo corpo de Nelson continuam, enquanto os suspeitos seguem foragidos. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.