Danilo Pereira Pena, conhecido no meio policial como “Matemático”, é o novo nome que surge no caso do assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes. Aos 36 anos, com nível superior e sem passagens criminais, ele foi preso nesta quarta-feira (15) por suspeita de envolvimento na morte que chocou a segurança pública do estado.
Ruy foi executado em 15 de setembro, logo após sair do trabalho como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Desde então, as investigações da Polícia Civil apontam uma rede de criminosos organizada e com funções bem definidas. Seis pessoas já foram presas, o suposto atirador morreu em confronto com a polícia e dois suspeitos seguem foragidos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o “Matemático” teria ordenado que Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”, levasse Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar”, de São Vicente até a capital. Ambos também foram detidos e estão presos temporariamente. A defesa de Danilo Pereira Pena não havia sido localizada até o momento da última atualização.
Natural de Santos, no litoral paulista, Danilo está vinculado a um endereço em Vila Guilhermina, zona sul de São Paulo. Ele tem 1,80m de altura, pele parda, cabelos e olhos castanhos. Solteiro e com ensino superior, não há confirmação sobre o curso que frequentou nem se chegou a concluir a graduação. O apelido “Matemático” tem despertado curiosidade, mas até agora a polícia não explicou sua origem.
A prisão aconteceu durante o cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão e prisão temporária. Danilo foi localizado por agentes da Polícia Civil em uma pousada no Morumbi, área nobre da capital, por volta das 10h30. Com ele, os policiais apreenderam um celular, que pode ajudar a revelar novas conexões entre os envolvidos no crime.
O caso é considerado uma das investigações mais complexas do ano. Além de Danilo, outras oito pessoas foram identificadas por participação direta ou indireta no assassinato. Entre elas, Felipe Avelino da Silva, conhecido como “Mascherano”, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), e Willian Silva Marques, dono da casa em Praia Grande usada como base pelos criminosos. Também aparecem na lista Dahesly Oliveira Pires, suspeita de buscar o fuzil usado no crime, e Umberto Alberto Gomes, que morreu em confronto com a polícia no Paraná.
Foram ainda identificados Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, de 43 anos, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24, ambos foragidos. Os investigadores afirmam que Miranda ordenou que uma mulher buscasse um dos fuzis usados na execução. Já Flávio teve seu DNA encontrado em um dos veículos utilizados no ataque.
O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes era um dos nomes mais respeitados da Polícia Civil paulista. Com mais de 30 anos de carreira, liderou operações importantes contra o crime organizado e o tráfico internacional de drogas. Depois de se aposentar, assumiu o cargo de secretário em Praia Grande, mas continuava sendo uma figura de peso na área de segurança pública.
A morte de Ruy é tratada como um ataque direto às forças policiais. Para investigadores, o crime teria sido planejado com frieza, e o grupo atuou em diferentes cidades para confundir o rastreamento. O material apreendido com o “Matemático” — principalmente o celular — pode ajudar a mapear rotas, contatos e mensagens trocadas entre os suspeitos. A polícia acredita que novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.