O empresário alemão Wolfgang Brog, de 75 anos, filmado abusando uma adolescente de 15 anos e também acusado de montar um esquema de exploração sexual de menores em uma pousada no meio da Amazônia, possui empreendimentos turísticos no Estado e já fez carreira como documentarista.
Segundo a Polícia Civil, o alemão é investigado por estupro e exploração sexual de menores de idade. Ele saiu do Brasil, no início de abril deste ano, após saber das investigações, e hoje é considerado foragido. Wolfgang Brog foi casado com uma tia materna da adolescente, e de acordo com as investigações, pagava a mãe da vítima para explorar sexualmente a menina desde os seis anos de idade. A mulher foi presa.
O empresário usava pousadas como cenários para os crimes | Foto: Rede Amazonica
WOLFGANG BROGMorador do Amazonas há mais de 20 anos, Wolfgang é ex-alpinista, documentarista e dono da empresa de turismo Amazon Travel Brazil, fundada em 2006, e da Pousada Cheiro do Mato, localizada em Novo Airão, cidade turística no interior do Amazonas. De acordo com o site da empresa de turismo, com textos em alemão, passeios e uma imersão na região amazônica estão entre os serviços oferecidos no espaço.
"Fora dos roteiros mais conhecidos e longe das piranhas banais e dos clichês indígenas, porque moramos e trabalhamos lá há mais de vinte anos", diz parte do texto sobre a empresa.
Wolfgang também é proprietário de um barco, o "Aynara". O site da agência de turismo afirma que a embarcação foi construída "no tradicional estilo amazônico". O barco oferece cabines duplas com camas de solteiro e de casal.
POUSADA DOS CRIMES
Segundo a polícia, o empresário usava a pousada Cheiro do Mato e o barco "Aynara" como cenários para os crimes. A Polícia Civil disse que o alemão usava os rios da Amazônia para transportar as adolescentes até a pousada Cheiro do Mato, que fica em uma região de mata de Manaus, no meio da floresta amazônica.
"Ele tinha uma embarcação privada, só para este transporte", ressaltou a delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Conforme as investigações, as meninas também eram oferecidas aos hóspedes da pousada. "Colocadas à disposição, não somente do alemão, como também de outros possíveis abusadores", afirmou a delegada.
CRIME
A adolescente de 15 anos, abusada pelo empresário desde a infância, contou com a ajuda de uma tia paterna para denunciar o caso à polícia, no fim de março. Para comprovar os crimes, a própria adolescente gravou um vídeo onde aparece sendo estuprada pelo alemão. As imagens serviram de prova para o início das investigações da Polícia Civil.
A vítima contou que o empresário tem fetiches. "Ele mandava vestir umas roupas: saia, salto alto, algema. Ele botava em mim. Às vezes, ficava até dolorido da minha mão, ficava marca da algema", destacou.
Na última quinta-feira, a Polícia Civil prendeu a mãe da adolescente, que aliciava a filha para o alemão em troca de dinheiro. Os policiais também fizeram buscas na pousada do alemão, em Novo Airão, onde apreenderam fitas de vídeo, HDs, pen drives e um computador.
DEFESA DO ALEMÃO
A polícia informou que o alemão não tem advogado constituído no Brasil. Em áudios enviados ao Fantástico, Wolfgang Brug se defendeu das acusações de abusos contra menores.
"Todas as acusações são construídas", disse. "Não tem nenhuma prova sobre isso, tá? Eu nem sei de quem eles estão falando, que mulheres são isso", completou.
O alemão disse, ainda, que não pretende voltar ao país. "Eu não vou voltar para o Brasil naquela situação agora. É claro que eu quero voltar para o Brasil, mas nessa situação, no momento, é muito difícil", afirmou.
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