Professora demitida depois de ter beijado aluno chamou outra estudante para fumar

A mãe, ao perceber uma alteração no comportamento de sua filha, decidiu investigar as mensagens enviadas pela professora

Professora convidou aluna para fumar | Reprodução
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A professora de artes que foi demitida depois de beijar um aluno de 14 anos em Praia Grande, litoral de São Paulo, chamou uma estudante da mesma idade para fumar cigarro eletrônico. A informação foi confirmada ao G1 pela mãe da menina nesta quinta-feira (23). 

(Foto: Reprodução)

A mãe, ao perceber uma alteração no comportamento de sua filha, decidiu investigar as mensagens enviadas pela professora, que denunciaram um incidente de beijo entre a educadora e um aluno do 9º ano do Ensino Fundamental. Após solicitar acesso às conversas no celular da adolescente, a mãe revelou a relação imprópria entre a professora e o aluno, além dos convites para o consumo de cigarro eletrônico.

“Todas as mensagens foram muito pesadas”, afirmou a mãe, dizendo que sequer sabia o significado de 'pod' [marca de cigarro eletrônico] mencionado pela professora na mensagem. “Quando eu fui puxando na conversa, vi que ela chamou a minha filha para ir para uma adega, que não precisava se preocupar porque ela bancava o pod", disse.

A mãe contou que não sabe quantas vezes a filha foi convidada a fumar pela professora, pois a adolescente costumava ir a praça com amigos.

”Digamos que estava aliciando a minha filha, porque na mensagem ela fala: ‘eu banco, eu compro’”.

O crime

O advogado Ariel de Castro Alves, especializado em direitos da infância e juventude e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, esclareceu que, do ponto de vista legal, as declarações da professora sobre o cigarro eletrônico podem ser consideradas graves.

"Pode configurar o crime previsto no ECA [Estatuto da Criança e Adolescente] de entregar ou fornecer produtos ou substâncias nocivas à saúde e que causem dependência", explicou.

A mulher relatou ao G1 que, após denunciar na escola, chegou a se arrepender, pois desde a demissão da professora, sua filha passou a enfrentar ameaças de outros estudantes. Um amigo da adolescente foi agredido severamente. Segundo ela, a direção da Escola Municipal Vereador Felipe Avelino Moraes foi negligente diante da situação, pois mesmo com os relatos de ameaças aos jovens sendo comunicados à escola, nenhuma medida foi tomada.

“Esse amigo da minha filha deixou ela em casa e, quando se virou, eles [outros estudantes] pegaram para bater. Não sei o que fazer, não sei a quem pedir ajuda”, lamentou.

Conforme declarado pela mulher, ela decidiu denunciar o caso, pois antecipou que a situação poderia acarretar sérias consequências. Ela expressou arrependimento, pois não imaginava que a filha enfrentaria tantos problemas após sua visita à escola. Afirmou que, por vezes, ao agir corretamente, pode-se sentir como se estivesse agindo de forma equivocada ou incompreendida.

O que diz a prefeitura da cidade

Por meio de nota,a Prefeitura de Praia Grande informou que a diretora da unidade escolar tomou as medidas apropriadas diante da situação, comunicando a Secretaria de Educação (Seduc) assim que teve conhecimento do ocorrido. A conselheira tutelar de Praia Grande (SP), Sueli Agrela, relatou à reportagem que houve uma demora para o caso chegar ao órgão, mas assim que os conselheiros foram informados, iniciaram as providências necessárias. 

Ela mencionou que o órgão fornecerá suporte psicológico aos adolescentes envolvidos e planeja realizar palestras de conscientização na unidade de ensino. Sueli enfatizou que a escola deveria ser um ambiente de aprendizado e enriquecimento, não palco de situações como essa que resultou em um caso de agressão. Acrescentou que os adolescentes serão convocados, juntamente com seus responsáveis, para comparecerem ao Conselho Tutelar.

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